Política
Quem é Nelson Barbudo, ruralista que vai assumir a cadeira deixada por Amália Barros na Câmara
Amália Barros, do PL de Mato Grosso, morreu neste domingo após dias de internamento para tratar de um nódulo no pâncreas; o suplente Nelson Barbudo já foi deputado


Após a morte da deputada federal Amália Barros (PL-MT), no último domingo 12, Nelson Ned Previdente, conhecido como Nelson Barbudo, deverá assumir a vaga dela na Câmara dos Deputados.
Deputado federal mais votado em Mato Grosso nas eleições de 2018, Nelson Barbudo chegou à Câmara na esteira da ascensão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Naquele pleito, ele recebeu 126 mil votos. Assim como Bolsonaro – à época -, ele também era filiado ao PSL.
Antes, porém, Nelson Barbudo foi vereador no município de Alto Taquari, no MS, em 2004.
Agricultor ligado à bancada ruralista, Barbudo chegou a ser multado, ainda em 2005, por desmatar áreas de preservação permanente em uma fazenda.
Já na Câmara, ele foi autor de projetos ligados diretamente ao setor rural que apoia Bolsonaro. Um deles, por exemplo, propõe regulamentar a caça de animais no País.
Outro, que ainda segue em tramitação, visa fazer com que a palavra “carne” não apareça em embalagens de alimentos que não são de origem animal.
Na sua primeira passagem pelo Legislativo, Barbudo também foi além dos temas rurais. Um dos seus projetos buscava alterar o Marco Civil da Internet.
O deputado tinha como proposta fazer com que a classificação de um conteúdo falso na rede deveria passar pela autorização do próprio disseminador do conteúdo.
“Imagina-se que um verificador de notícias interessado em apoiar determinada agenda política poderá, por exemplo, submeter a escrutínio apenas publicações de figuras políticas que defendam interesses contrários aos seus, classificando-os sistematicamente como falsos“, argumentava Barbudo naquela ocasião.
O projeto foi apresentado em 2021 e segue em tramitação, prevendo multas para verificadores de conteúdo que descumpram as normativas.
Em 2022, Barbudo não repetiu o desempenho do pleito anterior e sequer alcançou o número de votos suficientes para ser eleito. Naquele ano, ele obteve pouco mais de 50 mil votos, o que, apesar de tê-lo impedido de assumir a cadeira, levou Barbudo à suplência. O novo mandato vai até 2026.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Lira decreta luto na Câmara após morte de deputada bolsonarista Amália Barros
Por CartaCapital
Deputada Amália Barros, do PL de Mato Grosso, morre aos 39 anos
Por CartaCapital
Internado com erisipela, Bolsonaro segue sem previsão de alta
Por Carta Capital