Política

Quem é Lincoln Gakiya, promotor de São Paulo que virou alvo do PCC

O membro do Gaeco investiga a facção desde o início da década de 2000 e vive sob escolta policial

O promotor de Justiça Lincoln Gakiya. Foto: Arquivo Pessoal
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O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo em Presidente Prudente, é um dos potenciais alvos do grupo ligado ao PCC que planejava sequestros e homicídios contra autoridades e servidores públicos.

A fim de desarticular a quadrilha, a Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira 22 a Operação Sequaz. Até o início da tarde, a corporação prendeu nove suspeitos de fazer parte do grupo criminoso, oito deles no estado de São Paulo. Ao todo, a PF cumpre quatro mandados de prisão temporária, sete de prisão preventiva e 24 de busca e apreensão em São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Rondônia.

Gakiya investiga o PCC desde o início da década de 2000 e vive há mais de dez anos sob permanente escolta policial, devido a ameaças recebidas. Em uma entrevista concedida ao site G1 em 2019, ele descreveu as limitações impostas a sua rotina.

“Você tem uma restrição na sua vida pessoal. Você, praticamente, não tem vida social mais”, resumiu. “Porque a escolta é fortemente armada. Acaba constrangendo as pessoas. E também há risco em locais abertos. Então tudo isso a gente evita. Mas isso não é só comigo. Várias pessoas, várias autoridades do estado estão na mesma situação.”

Em dezembro passado, a 2ª Vara Criminal de Presidente Venceslau (SP) condenou o preso Alexandre Deomiro dos Santos por ameaçar Gakiya de morte. Conforme apuração da Polícia Civil, Santos entregou em abril de 2021 a um funcionário da penitenciária um bilhete com ameaças dirigidas ao promotor.

A carta também criticava a transferência de chefes do PCC para presídios federais, em fevereiro de 2019. À época, Marcos Willians Camacho, o Marcola, e outros 21 membros da facção foram levados a penitenciárias de segurança máxima após o MP descobrir um plano para resgatar as lideranças do crime organizado que estavam em Presidente Venceslau.

Nesta quarta, logo após o início da operação da PF, Lincoln Gakiya disse não ter ficado surpreso.

“Convivo com isso há mais de quatro anos. Desde que fiz a remoção (de Marcola para o presídio federal), minha vida virou de cabeça para baixo”, afirmou ao blog de Julia Duailibi, no G1. “Quase mensalmente tem um plano para me matar.”

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