Política

Putin conversa com Bolsonaro e diz que Rússia vai continuar fornecendo fertilizantes para o Brasil

De acordo com as informações divulgadas pelo Kremlin, os dois chefes de Estado falaram sobre o risco de crise alimentar mundial e se mostraram dispostos a reforçar as parcerias estratégicas já existentes

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o seu homólogo russo Vladimir Putin. Foto: Alan Santos/PR
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Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e do Brasil, Jair Bolsonaro, tiveram uma conversa telefônica nesta segunda-feira (27).

Durante a conversa, Putin garantiu que a Rússia vai continuar fornecendo fertilizantes para o Brasil. Segundo o Kremlin, Moscou pretende manter todos os compromissos e contratos nessa área, apesar das tensões mundiais ligadas à guerra no território ucraniano.

O conflito entre a Rússia e a Ucrânia, respectivamente terceiro e quarto exportadores mundiais de cereais, chamou a atenção não apenas para a dependência global dos grãos russos e ucranianos, mas também dos fertilizantes exportados pelos dois países.

Desde o início do conflito, o mercado de fertilizantes ficou estremecido em razão da cessação das exportações da Ucrânia e, sobretudo, da Rússia, que é um importante fornecedor tanto de insumos como de matérias-primas utilizadas em sua fabricação.

O Brasil, que importa 12 milhões de toneladas de potássio por ano, compra boa parte de seus suprimentos de fornecedores russos. Além disso, quase 100% do nitrato de amônio, um importante fertilizante usado pelos produtores brasileiros, vem da Rússia.

Atualmente estoques de grãos ucranianos estão bloqueados em silos ou graneleiros em portos ucranianos operados pelo exército russo, enquanto as exportações russas de grãos e de fertilizantes diminuíram consideravelmente por causa das sanções de países ocidentais, bem como a situação de segurança no mar Negro, onde Moscou acusa o exército ucraniano de ter colocado minas flutuantes.

Solidários à Rússia

Bolsonaro esteve na Rússia em fevereiro, apenas alguns dias antes do início da guerra na Ucrânia. Durante a estadia, que a comitiva brasileira insistiu em dizer que era essencialmente ligada a assuntos comerciais, Bolsonaro evitou citar a Ucrânia de forma explícita, mas disse ser “solidário à Rússia”.

“Ao trocar opiniões sobre temas da agenda global e regional, constatamos que sobre muitos assuntos as posições dos nossos países são próximas ou coincidentes”, disse Putin na época. “Compartilhamos valores comuns, como a crença em Deus e a defesa da família. Também somos solidários a todos aqueles países que querem e se empenham pela paz”, completou Bolsonaro logo após a reunião de fevereiro em Moscou.

G7 pressiona Rússia

A conversa desta segunda-feira entre Putin e Bolsonaro acontece no mesmo dia em que os líderes do G7, grupo formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, estão reunidos na Alemanha para discutir o impacto mundial da guerra na Ucrânia e as relações com Moscou. Logo no início do encontro, os representantes das potências mundiais indicaram a vontade de endurecer o tom.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que as nações do G7 vão banir as importações de ouro russo. A Rússia é um grande produtor do metal, cujas exportações representaram cerca de US$ 15,5 bilhões em 2021.

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