Política
Punição a Eduardo sobre AI-5 é perseguição política, diz Bolsonaro
Presidente defendeu que o parlamentar deve ter ‘imunidade para defender o que bem entender’
A declaração de Eduardo Bolsonaro sobre uma possível reedição do AI-5 colocou o deputado federal do PSL-SP na mira dos partidos de oposição, que se mobilizam para a abertura de processo de cassação de mandato.
Neste sábado 2, o presidente Jair Bolsonaro classificou a eventual punição ao filho como perseguição política. Assim como o herdeiro 03, o ex-capitão se valeu da chamada imunidade parlamentar para defender o filho.
“O parlamentar tem que ter imunidade para defender o que bem entender, e ponto final”, disse Bolsonaro ao ser questionado por jornalistas sobre as falas do filho. “Para que punição? Só se for perseguição política, não acredito que isso aconteça. Porque abre brecha para punir qualquer parlamentar por suas opiniões”, declarou.
PSB e PSOL declararam que entrarão com pedidos de cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro. “Democracia não combina com AI-5 ou qualquer outra medida autoritária”, disse o líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ).
O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) se posicionou sobre a fala de Eduardo em suas redes sociais: “A apologia do filho do presidente ao AI-5, que significa o fechamento do Congresso e a perseguição de opositores, é um crime contra a Constituição e as instituições democráticas”, publicou.
Pelo menos 19 partidos políticos soltaram notas repudiando a fala de Eduardo Bolsonaro. Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), divulgaram notas contra a declaração do deputado e entidades como a OAB e o Juízes Pela Democracia se manifestaram em sinal de repúdio.
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