Política

PT se aproxima de Baleia Rossi após deputado assumir compromissos

Corrente do partido ainda defende candidatura própria para presidência da Câmara; legenda não cogita deixar o bloco em torno do emedebista

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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O PT ainda não definiu se apoiará Baleia Rossi (MDB) para presidência da Câmara dos Deputados, mas após o candidato se comprometer com a maioria das exigências da oposição, o partido se aproximou do emedebista.

Na segunda-feira 28, PT, PSB, PDT e PCdoB assinaram uma carta em que impõem condições a Rossi. No documento, as legendas pediram um compromisso para que ele atue para manter a independência do Legislativo diante dos demais poderes.

“A reunião com o Baleia foi boa e ele assumiu todos os compromissos escritos na carta”, disse o líder do PT na Câmara, Enio Verri, em conversa com CartaCapital.

“Mas tem pautas que são complicadas, que a gente sugeriu e ele não vai aceitar, como por exemplo a abertura do processo de impeachment e a não privatização”, admite o deputado.

O PT ainda se reunirá, na próxima semana, para decidir se apoiará ou não Rossi. No partido, há uma corrente que defende uma candidatura própria ou de alguém da oposição.

“Uma coisa é certa: Nós estamos no bloco em que o Baleia é candidato. A dúvida é se nós apoiaremos o Baleia de imediato ou se teremos um candidato de oposição dentro do bloco. O sentimento que tenho é que os outros partidos não trabalham com a hipótese de candidatura. Eles trabalham com a candidatura do Baleia. E isso, claro, reflete no PT. Mas em uma bancada de 54 deputados que tem correntes internas, alguns parlamentares defendem a candidatura do Baleia e outra de alguém do campo da esquerda no mesmo bloco. Já outros acham que a melhor coisa é apoiar o Baleia já”, afirma Verri.

A eleição na Câmara ocorre no dia 1°  de fevereiro. Rossi, que tem o apoio de Rodrigo Maia (DEM), enfrenta Arthur Lira (PP), que é o candidato do presidente Jair Bolsonaro.

Leia a entrevista:

CartaCapital: Para o PT apoiar o Baleia Rossi, ele precisa se comprometer a não engavetar pedidos de impeachment contra Bolsonaro?

Enio Verri: Nós queremos isso, mas não quer dizer que ele concordou. Para nós, o impeachment é uma questão séria. Se vai ser aprovado ou não é outra história, mas queremos que seja colocado em votação ou ao menos avaliado. Vamos conversar com o Baleia, mas sabemos que o impeachment de um presidente que tem mais de 35% de aprovação é pouco provável. O pedido é que ele avalie o desejo da bancada, mas não estamos dizendo que, se ele não fizer, nós não iremos apoiá-lo.

CC: Qual é a tendência hoje?

EV: Como líder, eu tenho que trabalhar com a construção da média. Há um ano você imaginaria que teria um único bloco de 11 partidos com DEM, PT, PSDB, PP, MDB, PSB, Cidadania,  Rede, PV, PCdoB e PDT? Isso foi uma construção política de muito diálogo. O Bolsonaro, claro, tem muita responsabilidade nisso pelas loucuras que ele faz.

Uma coisa é certa: Nós estamos no bloco em que o Baleia é candidato. A dúvida é se nós apoiaremos o Baleia de imediato ou se teremos um candidato de oposição dentro do bloco. O sentimento que tenho é que os outros partidos não trabalham com a hipótese de candidatura. Eles trabalham com a candidatura do Baleia. E isso, claro, reflete no PT.

Na executiva nacional, nós aprovamos três coisas. Primeiro, a unificação da oposição e isso estamos conseguindo. Segundo, apresentar um programa e o Baleia já concordou. O terceiro é a proporcionalidade, pois somos o maior partido da Câmara. Então, depois da presidência, a primeira escolha é do PT. Já conseguimos os três compromissos do Baleia.

CC: Então, o que falta?

EV: Para o Enio Verri, eu digo que nada, mas em uma bancada de 54 deputados que tem correntes internas, alguns parlamentares defendem a candidatura do Baleia e outra de alguém do campo da esquerda no mesmo bloco. Já outros acham que a melhor coisa é apoiar o Baleia já.

CC: O Baleia já assumiu todos os compromissos?

EV: A reunião com o Baleia foi boa e ele assumiu todos os compromissos escritos na carta, mas tem pautas que são complicadas, que a gente sugeriu e ele não vai aceitar, como por exemplo a abertura do processo de impeachment e a não privatização.

CC: O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que o bloco de apoio ao Baleia  indica ‘sinal forte’ de união em 2022. O senhor concorda?

EV: Não, é um equívoco dele. Na verdade, nós participamos do bloco para enfrentar o Bolsonaro, mas temos divergências econômicas. Estamos juntos em uma pauta anti-Bolsonaro, pela democracia e pela vida. Não há como acreditar que vamos sair em um bloco no primeiro turno que tenha pautas econômicas diferentes das nossas.

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