Política
PT reelege Gleisi Hoffmann como presidente do partido
Deputada paranaense foi escolhida para presidir partido pelos próximos quatro anos e defendeu unidade e fortalecimento da militância
O encerramento do 7° Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) neste domingo 23 proclamou a deputada paranaense Gleisi Hoffmann como presidente da sigla pelos próximos dois anos.
No pleito de hoje, Gleisi recebeu ampla maioria dos votos (558 votos/71,74%) e superou a deputada mineira Margarida Salomão (131 votos/16,79%) e o militante Valter Pomar (91 votos/11,67%). Paulo Teixeira, deputado federal por São Paulo, retirou-se do pleito antes da votação e apoiou Gleisi.
Após o anúncio da apuração, a presidente reeleita agradeceu o apoio da militância, do ex-presidente Lula e pediu unidade ao partido. “Acreditamos na história desse partido e na esperança que o povo brasileiro tem em nós”, disse Gleisi, que assumiu a direção do partido em 2017 e agora ficará na posição até 2023.
No discurso da vitória, a presidente do partido comentou sobre a onda de manifestações na América Latina e defendeu a liberdade total para Lula, com a anulação dos processos abertos contra ele e a prisão do ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro.
“Achavam que nos matariam, mas estamos bem vivos e prontos para a luta!”, bradou Gleisi, que aponta as eleições municipais em 2020 como o próximo desafio do partido.
Sobre o pleito do ano que vem, a presidente do PT não negou que o partido possa fazer alianças estratégicas com outras siglas progressistas, mas sem deixar de respeitar o legado e a história do partido. “Queremos ter voz nas eleições”, defendeu.
Gleisi defendeu ainda a unidade do partido, o reforço das bases e a defesa do legado petista. “O momento está exigindo organização popular forte. É importante a rede social, mas nada substituiu o olho no olho”, disse, dirigindo-se à militância. “Só quem já fez pode fazer de novo, fazer mais”, completou.
A presidente reeleita disse ainda que pretende fortalecer a organização do partido, potencializar a comunicação com a sociedade, melhorar a gestão partidária com transparência e participação coletiva e, por fim, reforçar as áreas setoriais e as secretarias da legenda.
Para ela, reorganizar o partido é fundamental para se reconectar com o povo e enfrentar as correntes conservadoras no futuro. “Se eles quiseram nos matar, não conseguiram. Estamos mais forte para enfrentar a extrema-direita”, encerrou, sob aplausos dos militantes presentes.
Assista o anúncio da eleição e o discurso completo:
CartaCapital
Há 29 anos, a principal referência em jornalismo progressista no Brasil.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.