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PT reage a crítica da Embaixada de Israel: ‘Sem autoridade moral para falar em direitos humanos’

A representação israelense classificava de ‘muito lamentável’ a postura da sigla sobre o conflito na Faixa de Gaza

A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
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O PT reagiu nesta terça-feira 17 a uma nota oficial divulgada pela Embaixada de Israel no Brasil contra uma manifestação do partido sobre o conflito na Faixa de Gaza. O comunicado israelense classificava de “muito lamentável” a postura da sigla.

Em resposta, o PT disse ser “totalmente falsa e maliciosa” a interpretação da embaixada e reforçou ter condenado “os ataques inaceitáveis, assassinatos e sequestro de civis, cometidos tanto pelo Hamas quanto pelo Estado de Israel”.

A nova nota do partido, assinada por sua presidenta nacional, Gleisi Hoffmann, ressalta que a retaliação de Israel configura “um genocídio contra a população de Gaza, por meio de um conjunto de crimes de guerra”.

“Por volta das 15h30 de hoje, enquanto a Embaixada de Israel divulgava sua nota contra o PT, pelo menos 500 civis eram assassinados no bombardeio a um grande hospital em Gaza“, acrescentou Gleisi. “Quem representa no Brasil o governo que fez um ataque desta natureza não tem autoridade moral para falar em direitos humanos.”

Em sua nota, a embaixada havia afirmado ser “muito lamentável que um partido que defende os direitos humanos compare a organização terrorista Hamas, que vai de casa em casa para assassinar famílias inteiras, com o que o governo israelense está fazendo para proteger os seus cidadãos”.

O que diz o comunicado

Na segunda-feira 16, o Diretório Nacional do PT aprovou uma resolução a condenar os ataques do Hamas contra civis e a violência empregada pelo Exército de Israel.

O partido repudia “os ataques inaceitáveis, assassinatos e sequestro de civis, cometidos tanto pelo Hamas quanto pelo Estado de Israel, que realiza, neste exato momento, um genocídio contra a população de Gaza, por meio de um conjunto de crimes de guerra”.

A resolução reforça que a sigla apoia desde a década de 1980 a luta do povo palestino por sua soberania e a solução de dois Estados – ou seja, um Estado da Palestina em coexistência com o Estado de Israel.

A direção do PT também diz manter relações apenas com a Organização para a Libertação da Palestina e a Autoridade Nacional Palestina. Ou seja, rechaça qualquer interlocução com o Hamas.

“O PT manifesta apoio à atuação do Brasil, inclusive no Conselho de Segurança da ONU, em linha com a tradição diplomática brasileira, em prol de um cessar fogo e pelo cumprimento das resoluções da ONU, especialmente como que garante a existência do Estado da Palestina e uma relação de importação com Israel”, diz o texto.

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