Política

PT pede que o MP apure se houve conflito de interesse em privatização da Sabesp

Investigação seria para apurar a atuação da presidente do conselho de administração da Sabesp, Karla Bertocco, junto à Equatorial

PT pede que o MP apure se houve conflito de interesse em privatização da Sabesp
PT pede que o MP apure se houve conflito de interesse em privatização da Sabesp
Deputado estadual Paulo Fiorilo (PT-SP). Foto: Rodrigo Costa/Alesp
Apoie Siga-nos no

O PT enviou, nesta terça-feira 2, uma representação pedindo ao Ministério Público de São Paulo que a atuação da presidente do conselho de administração da Sabesp, Karla Bertocco, junto à Equatorial seja investigada.

O documento, assinado pelo deputado estadual Paulo Fiorilo (PT), justifica que a investigação é necessária pois uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou Bertocco ocupava um cargo no conselho da Equatorial até dezembro de 2023.

A Equatorial foi a única empresa interessada para adquirir 15% da empresa de água e saneamento. “A presença da executiva no Conselho de Administração da Equatorial e da Sabesp simultaneamente levanta sérias preocupações sobre conflitos de interesse”, diz o documento.

“A Equatorial é a única interessada na privatização da Sabesp, e a executiva estava em uma posição privilegiada para influenciar decisões que poderiam beneficiar a Equatorial, em detrimento do interesse público e da concorrência justa”, afirma representação enviada pelo PT ao MPSP.

O Governo de São Paulo afirmou que já atuou em conselhos de diferentes empresas como a Corsan e a Orizon, e que a participação dela na Equatorial se encerrou antes da modelagem da oferta pública de ações

Batalha jurídica

Outra ação, desta vez de entidades sindicais, questiona a oferta de 67 reais por ação feita pela Equatorial. A proposta representa um desconto de ao menos 10% em relação ao valor das ações negociadas nesta terça-feira.

A ação contra a venda da estatal de abastecimento hídrico são movidas pelo Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de SP, o Sintaema, e pelo Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento.

Nas petições, as entidades citam um estudo elaborado a pedido do Sintaema, que concluiu que o preço do papel deveria ser de pelo menos 85,58 reais. A oferta da Equatorial, portanto, fica abaixo do preço atual das ações na Bolsa e do valor referente ao seguro-garantia exigido no prospecto da oferta, segundo as entidades.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo