Política

PT oficializa Haddad como candidato à Presidência após decisão de Lula

Anúncio foi feito pela presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann, após reunião da Executiva do partido

Fernando Haddad durante campanha em Garanhuns, Pernambuco, terra natal de Lula
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O PT oficializou a substituição de Lula por Fernando Haddad na chapa à Presidente da República para a militância na tarde desta terça-feira 11, com Manuela D’Ávila (PCdoB) como vice. O anúncio foi feito pela presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann, após reunião da executiva do partido. Após o anúncio, ocorreu a leitura de carta escrita pelo ex-presidente que apresenta sua decisão de se retirar da disputa, em frente a Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.

A carta também foi apresentada na reunião da Executiva que antecedeu o anúncio. Nela Lula dá o aval para que Haddad seja o nome a concorrer à eleição. O ex-presidente também classificou como uma injustiça o fato de o Tribunal Superior Eleitoral ter barrado sua candidatura.

Na carta, o ex-presidente pediu votos para Haddad e afirmou que seu substituto está pronto para retomar se projeto para o País. Também classificou como injustiça o fato de a Justiça ter barrado sua candidatura.

A data limite para o PT apresentar qualquer substituição de seu cabela de chapa termina hoje. Caso não o fizesse, a legenda assumiria o risco de não ter um nome nas urnas no dia 7 de outubro.

Como a cúpula do partido permanece em Curitiba, inclusive o advogado responsável por cuidar das questões judiciais do tema, Luiz Fernando Pereira, a substituição de registro no TSE, em Brasília, ficou a cargo da advogada Maria Claudia Bucchianeri.

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Tanto Pereira quanto Eugênio Aragão, também advogado eleitoral de Lula, afirmaram que após a alteração do registro não deverá haver mais ações que tratará sobre a elegibilidade do ex-presidente. No entanto, os recursos que estão Supremo Tribunal Federal devem seguir seu curso normal.

Com a oficialização de Haddad como candidato, o petista poderá a partir de agora participar de debates e sabatinas que ocorrerão nos próximos 23 dias, período limite para campanha eleitoral e veiculação de propaganda no rádio e na TV. Aragão prevê que não haverá nenhuma oposição da participação do ex-prefeito de São Paulo nos encontros entre presidenciáveis.

Lula

Lula sofreu um grande golpe em sua esperança de ainda ser o candidato à Presidência no último dia 1º de setembro quando, por seis votos a um, o plenário do Tribunal Eleitoral Superior barrou sua candidatura mesmo após Comitê de Direito Humanos afirmar que o petista tem o direito de disputar as eleições.

A maioria dos ministros do TSE entendeu que a decisão do comitê não tem efeito vinculante e tem apenas caráter de recomendação. Barroso também argumentou que o fato de o protocolo do pacto não ter sido promulgado pela Presidência da República torna seus efeitos nulos na legislação brasileira.

No domingo 9, o ministro Luis Roberto Barroso proibiu que o PT e a coligação “O Povo Feliz de Novo” apresentasse direta o indiretamente Lula como candidato sob o risco de suspender a propaganda eleitoral no rádio e na TV se descumprida a decisão.

Daqui para frente

O PT recebeu bem a última pesquisa Datafolha, divulgada na noite desta segunda-feira 10, que aponta Haddad tecnicamente empatado com outros três candidatos: Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB).

Entre todos, ele foi o que mais cresceu em relação ao levantamento anterior, feito em agosto. Foram cinco pontos percentuais a mais – de 4% para 9%.

Mesmo com menos tempo para consolidar o nome de Haddad como o candidato de Lula no rádio e na TV, a expectativa do partido é que ele assuma o segundo lugar nas próximas pesquisas. A partir da mudança do registro no TSE, o ex-prefeito de São Paulo passa a poder participar de debates e sabatinas promovidos pelos veículos de comunicação.

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