O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), disse nesta terça-feira 12 que irá comandar o processo eleitoral da Prefeitura do Recife independentemente das decisões do PT na capital. O governador sinalizou que as disputas internas do PT em Recife podem fazer o partido perder o apoio do PSB em Pernambuco e o direito de comandar a sucessão.
“Numa eleição presidencial, você procura o presidente para saber como ele conduzirá o processo. De governador, é o governador que conduz o processo. Para prefeito, é o prefeito. Diante da crise petista, procurei o prefeito João da Costa e disse a ele que o PT perdeu o direito de ser o condutor do processo eleitoral do Recife”, disse Campos nesta tarde, segundo o Diário de Pernambuco.
O atual prefeito do Recife, João da Costa, havia saído vitorioso de prévias realizadas o secretário de governo Maurício Rands. O processo sofreu denúncias de fraudes e a Executiva Nacional do PT interveio, impondo a candidatura do senador Humberto Costa (PT-PE). Na segunda-feira, João da Costa entrou com um recurso no Diretório Nacional, a instância decisória mais alta do PT. Ele pede a anulação da decisão da Executiva. O diretório deve se reunir até o final do mês para decidir sobre a situação.
Campos já exonerou 4 secretários do governo estadual na semana passada e nesta terça disse que eles têm credibilidade para concorrer à prefeitura. Eles são Geraldo Júlio, do Desenvolvimento Econômico, Danilo Cabral, das Cidades, Tadeu Alencar, Casa Civil, e Sileno Guedes (Articulação Social).
Diálogos com Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontrou Humberto Costa em São Paulo nesta terça no Instituto Cidadania junto com o presidente da legenda, o deputado estadual Rui Falcão (PT-SP). Em nota distribuída à imprensa, Lula afirmou que é importante manter a aliança com o PSB em Pernambuco e que vai fazer campanha por Humberto Costa.
O ex-presidente deve se encontrar com o governador ainda nesta semana. Além da questão de Recife, também deve ser fechada a aliança do PSB com o PT em São Paulo em torno do ex-ministro da educação Fernando Haddad (PT).