Política

PT está exaurindo a herança bendita de FHC, diz Aécio

De olho em 2014, tucano lista “13 fracassos” do PT no dia em que a sigla celebra dez anos no governo federal

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O senador Aécio Neves (PSDB-MG) liderou nesta quarta-feira 20 a bancada do PSDB nas críticas ao governo da presidenta Dilma Rousseff e do PT, partido que celebra, também nesta quarta, em evento em São Paulo, 10 anos no poder. Numa rara demonstração de disposição para enfrentar o governo, Aécio, que deve assumir a presidência de seu partido para lançar sua candidatura a presidente, listou 13 fracassos do PT (em alusão ao número da sigla) e defendeu o legado dos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) no Planalto.

Aécio fez um discurso de cerca de 30 minutos em tom ameno, mas subiu o tom ao abordar as questões éticas, o 13º fracasso do PT, segundo ele. O ex-governador de Minas Gerais afirmou que o PT é um partido autoritário e tem setores responsáveis por estimular “a intolerância” política. “Tentam cercear a liberdade de imprensa, atacam e desqualificam seus os críticos e transformam em alvo aqueles que têm coragem de apontar erros”, disse. Sem citar o “mensalão”, o que fez no início do discurso, o senador tucano disse não faltarem no partido pessoas que defendem “a prática de ilegalidade sob a ótica de que os fins justificam os meios”. “O PT afronta a consciência ética e a transforma em um componente menor da política”, afirmou Aécio.

Antes, o tucano concentrou suas críticas em questões econômicas, particularmente nas que dizem respeito ao mandato de Dilma. Ficou a impressão de que Aécio estava, de olho em 2014, tentando combater a imagem de que a atual presidenta é uma boa gestora. Aécio fez, também, um movimento que vinha sendo cobrado por setores da oposição ao PT, a defesa do legado de FHC. Ao citar as dificuldades do Brasil, Aécio afirmou que elas seriam as provas de que o PT “está exaurindo a herança bendita deixada por Fernando Henrique Cardoso”.

Aécio lembrou o baixo crescimento do Produto Interno Bruto em 2012, criticou os problemas nas obras de melhoria da infraestrutura, assim como as condições para a indústria nacional que, segundo Aécio, está “sucateada”. O ex-governador criticou o governo por não conseguir manter a inflação de 2012 no centro da meta estabelecida pelo Banco Central (4,5% ao ano) e disse que as manobras fiscais e contábeis realizadas pelo atual governo estão minando a credibilidade internacional do Brasil. Aécio atacou também a gestão da Petrobras e chamou de “mito” a ideia de que o país é autossuficiente em combustíveis. Ainda segundo o senador, o Brasil só foi “salvo” de um apagão por conta do desempenho ruim da economia em 2012.

Antes de entrar na questão ética, Aécio criticou a política de segurança pública e o baixo nível da educação. Na questão da saúde, Aécio fez duras críticas ao fato de o governo federal não estabelecer um gasto mínimo para o setor enquanto Estados e municípios são obrigados a gastar.

Em um aparte ao discurso de Aécio, o petista Lindbergh Farias (RJ) defendeu o legado de Lula e Dilma, afirmando que, em 30 minutos de discurso, Aécio “não citou as palavras povo, gente, inclusão ou miséria”. Lindbergh afirmou que, com o PT no poder, “o Brasil cresceu com inclusão social” e lembrou o fato de o país ter índices de desemprego muito baixos atualmente comparados com os de países europeus em crise.

Os 13 fracassos do PT segundo Aécio Neves:

1) O comprometimento do nosso desenvolvimento


2) A paralisia do país: o PAC da propaganda e do marketing


3) O tempo perdido: a indústria sucateada


4) Inflação em alta: a estabilidade ameaçada


5) Perda da credibilidade: a contabilidade criativa


6) A destruição do patrimônio nacional: a derrocada da Petrobras e o desmonte das estatais


7) O eterno país do futuro: o mito da autossuficiência e a implosão do etanol


8) Ausência de planejamento: o risco de apagão


9) Desmantelamento da Federação: interesses do país subjugados a um projeto de poder


10) Brasil inseguro: (In)segurança pública e o flagelo das drogas


11) Descaso na saúde, frustração na educação


12) O mau exemplo: o estímulo à intolerância e o autoritarismo


13) A defesa dos maus feitos: a complacência com os desvios éticos

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