Política

PSOL, PT e Rede pedem cassação de Flávio Bolsonaro por quebra de decoro

Legendas reafirmam a ligação do filho do presidente Jair Bolsonaro com figuras centrais das milícias do Rio de Janeiro

PSOL, PT e Rede pedem cassação de Flávio Bolsonaro por quebra de decoro
PSOL, PT e Rede pedem cassação de Flávio Bolsonaro por quebra de decoro
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
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O PSOL, a Rede Sustentabilidade e o PT entraram com uma representação contra o senador Flávio Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar, nesta quarta-feira 19. As legendas reafirmam a ligação do filho do presidente Jair Bolsonaro com as milícias do Rio de Janeiro e citam casos que comprovariam íntimas relações do parlamentar com figuras centrais da milícia carioca.

Um dos episódios citados no texto foi o esquema montado dentro do gabinete do ex-deputado estadual, com a a prática de crimes como lavagem de dinheiro e ilícitos, contratação de funcionários fantasmas e a “rachadinha” (a apropriação de parte ou da totalidade da remuneração dos funcionários de seu gabinete), que envolve o seu ex-assessor Fabrício Queiroz.

Também é considerado entre os motivos para a cassação o envolvimento do senador com o miliciano Adriano da Nóbrega, morto em operação policial em 9 de fevereiro.

“As investigações levadas a efeito pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e muitas das posturas como político, manifestações públicas como discursos, publicação de fotos, homenagens reiteradas efetuadas na Assembleia Legislativa e a nomeação no gabinete de parentes e de pessoas muito próximas de milicianos do Rio de Janeiro, confirmam a denunciada forte e antiga relação com milícias, recheada da prática de ilícitos outros”, diz trecho da representação.

O texto ainda retoma o previsto na Constituição Federal sobre decoro parlamentar, que demandaria do senador “agir consoante preceitos éticos, morais e dos valores social e constitucionalmente previstos, de forma que sua conduta, estando em conformidade aos ditames legais e constitucionais, signifique sempre um agir socialmente responsável, deste modo não rompendo seus deveres e responsabilidades de agente político e não ferindo a imagem do parlamento”.  Ainda de acordo com a representação, Flávio Bolsonaro incorre em quebra de decoro ao deixar de observar os deveres advindos dos princípios e valores social e constitucionalmente previstos.

O documento foi entregue ao senador Jayme Campos (MT-DEM), presidente do Conselho de Ética do Senado. Ele ouvirá a assessoria jurídica da Casa para decidir se aceita a representação. O senador Jayme Campos pode decidir que não existem elementos suficientes para abertura do processo. Caso a representação seja aceita, o senador será notificado e terá prazo de 10 dias para apresentar sua defesa.

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