Política

PSOL e PT não participarão de ato convocado pelo MBL contra Bolsonaro

Manifestações ocorrem no próximo domingo 12; MBL chegou a retirar o slogan ‘Nem Lula nem Bolsonaro’ em busca de unidade pelo impeachment

Gleisi Hoffmann e Juliano Medeiros
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O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, confirmou nesta quinta-feira 9 que o partido não vai aderir aos atos do dia 12 de setembro, convocados pelo MBL, contra o presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o dirigente, o partido não deve comparecer porque as manifestações não “foram construídas juntas”.

Medeiros revelou ainda uma conversa com presidentes de outras siglas e um pré-acordo para um protesto que deve ocorrer em outubro, “com todo mundo convocando junto”.

Questionado sobre se foi convidado pelo MBL para o 12 de setembro, ele disse que “ninguém vai em um ato sendo convidado. Você leva a sua militância em atos que participa da construção”. Para ele, o momento exige união de forças desde que os atos sejam construídos conjuntamente.

Mais cedo, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), disse que a sigla também não foi convidada para se unir às manifestações e por isso não participará dos protestos.

“Essas manifestações já estavam sendo convocadas pelo MBL. Nós não estamos convocando. Também não temos problema nenhum com quem vai participar e não proibimos a participação. […] Nós precisamos reunir o campo democrático e fazer uma construção conjunta. O principal é isso. Não é uma adesão, mas um caminhar conjuntamente. Caminhar ao lado das forças que querem defender a democracia”, declarou em entrevista ao site Poder360.

Em nota oficial na quarta-feira 8, o MBL mudou o tom e convocou “todos os partidos, lideranças civis e agremiações, desde que respeitem a necessidade de deixarem suas pautas particulares e suas preferências eleitorais fora do ato para nos unirmos pelo impeachment”. Antes, o grupo havia adotado o slogan “Nem Lula, nem Bolsonaro” para chamar os atos.

A mudança do MBL se deu após o grupo Direitos Já – Fórum pela Democracia planejar uma espécie de novas ‘Diretas Já’ em favor do impeachment de Bolsonaro.

Como noticiou CartaCapital, o movimento Direitos Já, que conta com 18 partidos, tentou abrir diálogo para que a participação no ato do dia 12 de setembro fosse ampliada.

“Tentaremos sensibilizar organizações que estão construindo o ato do 12 [de setembro] para ampliá-lo, para que não trate de ‘nem Lula e nem Bolsonaro’”, disse Fernando Guimarães, um dos fundadores do grupo. “As manifestações não podem ter um caráter eleitoral, precisam representar um conjunto da sociedade”, acrescentou.

Nas redes sociais, simpatizantes tanto do PT quanto do PSOL defenderam a ausência dos partidos nos atos.

Por outro lado, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) anunciou que comparecerá. “Irei à manifestação do dia 12 na Avenida Paulista e sempre tentarei ir a outras manifestações que forem convocadas contra Bolsonaro”, escreveu no Twitter. “Seja qual for o sacrifício e risco que isso represente, há algo maior que tudo: o futuro do Brasil e da nossa democracia”.

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