Política

PSOL aciona Moraes contra muro da Prefeitura de SP na cracolândia

A legenda pede que o ministro determine a destruição da construção em 24h

PSOL aciona Moraes contra muro da Prefeitura de SP na cracolândia
PSOL aciona Moraes contra muro da Prefeitura de SP na cracolândia
Cracolândia, em São Paulo. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
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Parlamentares do PSOL acionaram, nesta quarta-feira 15, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra o muro erguido pela Prefeitura de São Paulo na cracolândia. A área, que forma um triângulo, é cercada por um muro de aproximadamente de 40 metros de extensão e gradis de metal, na Rua General Couto Magalhães, no bairro Santa Ifigênia.

O documento foi protocolado pela deputada federal Luciene Cavalcante, pelo deputado estadual Carlos Giannazi e pelo vereador Celso Giannazi na ação relatada por Moraes sobre as diretrizes da Política Nacional para a População em Situação de Rua.

A legenda pede que o ministro determine a destruição da construção em 24h. Segundo o PSOL, ao erguer o muro, a gestão de Ricardo Nunes (MDB) “isola e exclui socialmente as pessoas que vivem na Cracolândia” e, por isso, “a Municipalidade comete um ataque brutal e inconstitucional contra o conjunto dos direitos fundamentais consagrados pela Constituição Federal”.

Além do PSOL, o Ministério Público de São Paulo afirmou que a Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo de Capital vai apurar o caso. Já a Defensoria Pública de São Paulo emitiu um ofício recomendando que a Prefeitura retire os gradis, o muro e qualquer barreira física no local.

A ação do PSOL foi protocolada após o movimento Craco Resiste divulgar uma nota em que denuncia o estabelecimento de um “campo de tortura” no local. Segundo o coletivo, quando são feitas supostas operações pela Guarda Civil Metropolitana ou pela Polícia Civil, as pessoas são obrigadas a ficar sentadas no chão, imóveis por horas, sem abrigo contra sol ou chuva.

“Caso as pessoas não fiquem no espaço delimitado pelo muro e pelas grades, guardas usam spray de pimenta sem aviso prévio. Viaturas circulam pela região em busca de pessoas ou grupos que estejam em outros lugares para coagi-los a ir para o espaço cercado. Caso alguém se indigne com esse tratamento, é preso e acusado de forma irregular de desacato”, diz a denúncia do coletivo.

Apesar da denúncia desta quarta, a Prefeitura nega que o muro tenha sido construído este ano. Em nota, a prefeitura informou que o muro foi instalado em 2024, em área na qual já existiam tapumes de metal para fechamento de uma área pública.

Segundo a prefeitura, a troca foi feita para “proteger as pessoas em situação de vulnerabilidade, além de moradores e pedestres, e não para ‘confinamento’”.

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