PSDB não escolhe entre Haddad e Bolsonaro e libera filiados

Geraldo Alckmin, presidente do partido, afirmou que a legenda não apoiará nem Haddad nem Bolsonaro

Alckmin ficou em quarto lugar no primeiro turno das eleições para a Presidência

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Em reunião da direção nacional do PSDB desta terça-feira 9, em Brasília, Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou que o partido não apoiará nem Jair Bolsonaro (PSL) nem Fernando Haddad (PT) no segundo turno das eleições presidenciais. De acordo com um dirigente do partido que estava no encontro, filiados da legenda estão liberados para decidir, individualmente, se darão apoio a algum dos dois candidatos do segundo turno ou se optaram pela neutralidade.

A decisão já era prevista por alguns integrantes da cúpula petista, que agora esperam receber apoio de parte do tucanado nas próximas semanas de campanha.

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Geraldo Alckmin disputou o primeiro turno e obteve pouco mais de 5 milhões de voto, o que representa 4,76% da porcentagem total – ficou em quarto lugar. Em sua campanha eleitoral, o tucano tentou se apresentar como o “caminho do meio” entre a disputa com o ex-militar e o ex-prefeito de São Paulo. Seu discurso, no entanto, não “colou” e fez com que o partido recebesse o menor percentual de votos em um pleito presidencial desde a fundação da legenda.

Nos bastidores, fala-se de uma disputa interna que o PSDB enfrenta entre Alckmin e João Doria. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, durante a reunião, o primeiro insinuou que o segundo é falso e traidor. Segundo o Estadão, Doria chegou a propor que o partido apoiasse Bolsonaro no encontro.

O mal estar vem de longa data, desde que Doria tentou colocar seu nome como pré-candidato à Presidência pelo PSDB. Ele, porém, não conseguiu avançar no seu propósito.


Criprocó

Além das insinuações na reunião do diretório nacional da tarde de hoje, o PSDB teve outro problema entre seus correligionários. Na segunda-feira 9, João Jorge, presidente do diretório municipal de São Paulo, expulsou Alberto Goldman, ex-governador e ex-presidente nacional da sigla, por infidelidade partidária. 

Durante o primeiro turno, Goldman declarou apoio a candidatura de Paulo Skaf (MDB) para o governo estadual em detrimento do candidato de sua sigla, João Doria. Além dele, Saulo de Castro – ex braço-direito de Alckmin durante seus governos no estado – e outros 15 filiados foram expulsos pelo mesmo motivo.

Em entrevista a rádio Jovem Pan na manhã de hoje, Goldman afirmou que o diretório municipal não cumpriu as normas internas do partido, que orientam como o processo de expulsão deve ser feito.

Em nota, o diretório nacional do PSDB afirmou que o diretório municipal não tem competência para expulsar os dois [Alberto Goldman e Saulo de Castro], uma vez que ambos integram, respectivamente, os diretórios nacional e estadual do partido. “A decisão é arbitrária e inócua”, diz a nota. O documento não fazia referência aos outros 15 filiados que tiveram sua saída determinada.

A assessoria de João Jorge informou por meio de nota que “os militantes têm direito a recorrer ao diretório estadual, que pode confirmar ou reformar a decisão”.

 

 

 

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