Política

PSDB libera Cesar Maia como vice de Freixo no Rio

Segundo interlocutores, as tratativas entre o deputado e o vereador têm avançado, e a possibilidade de uma aliança ao governo do Rio se aproxima

Foto: Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro
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Embora seja um fato atípico o PSDB dividir palanque com o ex-presidente Lula, líderes da sigla não se opõem às conversas para que o vereador Cesar Maia, agora tucano, seja vice na chapa do deputado federal Marcelo Freixo (PSB) ao governo do Rio. Segundo interlocutores, as tratativas entre Freixo e Maia têm avançado, nos últimos dias, e a possibilidade de uma aliança se aproxima.

Conforme O GLOBO mostrou nesta segunda-feira, essa articulação é bem vista pela equipe de Freixo, que busca ampliar o alcance da candidatura e vê em Cesar um administrador tarimbado, capaz de quebrar a resistência de parte do eleitorado à inexperiência do pessebista no Executivo. Caso a chapa se viabilize, seria um caso único já que até agora o PSDB não tem candidato a governador ou vice que deva fazer composição com Lula.

Segundo dirigentes tucanos, o deputado licenciado Rodrigo Maia, que hoje é secretário estadual no governo de São Paulo, tem total autonomia para articular uma eventual chapa Freixo-Maia. O PSDB nacional preferiu não se envolver nas negociações e acompanha o assunto à distância, mas não há risco de interferência. Isto porque o partido encolheu no Rio e esse movimento é lido como algo que poderia contribuir para “revitalizar” a sigla no estado.

Para aliados, Maia tem trabalhado para ter mais interlocução num eventual governo petista, caso Lula seja eleito presidente este ano. Por outro lado, o deputado tem procurado fazer movimentos políticos demarcando sua posição contrária ao governo federal, já que ele foi alvo de ataques do bolsonarismo quando era o então presidente da Câmara. Uma inflexão na direção do PSB é menos radical do que seria numa aliança com o PT, dizem tucanos. Ainda assim, há militantes que fazem críticas nos bastidores a articulação de Maia e dizem que trata-se de algo incoerente com a história da sigla.

No entanto, tucanos experientes amenizam e afirmam que as ameaças constantes que o presidente Jair Bolsonaro faz contra a democracia tornam mais fácil de justificar alianças mesmo com adversários históricos, como é o caso do PT e de Lula.

A dobradinha teria caráter semelhante com a composição feita para que Lula tenha o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) como vice em sua chapa. Nesse sentido, a ideia, segundo aliados, é unir forças contra o bolsonarismo, que nas eleições do Rio é representado pelo governador Cláudio Castro (PL), que busca a reeleição.

Rodrigo Maia e o deputado Marcelo Freixo não têm comentado a negociação.

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