Política

PSB insiste em candidatura de Molon ao Senado em meio a pressão crescente do PT a favor de Ceciliano

Pessebistas argumentam com recentes pesquisas que mostram o deputado federal atrás apenas de Romário (PL)

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Mesmo com a pressão crescente do PT pela vaga ao Senado para compor uma chapa com o PSB no Rio de Janeiro e apoiar Marcelo Freixo para o governo do estado, os socialistas insistem em se colocar na disputa para a casa legislativa. Dirigentes petistas garantem que o apoio a Freixo está consolidado e que o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, André Ceciliano, irá compor a chapa para a disputa majoritária como candidato a senador.

Integrantes do PSB, porém, seguem tentando cacifar o deputado federal Alessandro Molon para a vaga, carregando debaixo do braço pesquisas eleitorais que mostram ele como o candidato de esquerda com maior intenção de votos para o Senado entre o eleitorado fluminense. Em alguns cenários, ele perde apenas para o senador Romário (PL), líder isolado e favorito na disputa. Já Ceciliano ainda marca índices pouco expressivos de intenção de voto.

No fim de semana, em evento de celebração do centenário do PCdoB que reuniu lideranças da esquerda nacional, Molon levou a pauta de sua candidatura ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deve ter a palavra final sobre o apoio do partido no estado. O pessebista compartilhou fotos com o ex-presidente e sentou na primeira fileira do palco em que o petista discursou, ao lado de Marcelo Freixo. Ele recebeu acenos de Lula que o citou nominalmente durante sua fala para a militância presente.

Oficialmente, porém, os sinais do ex-presidente são para a candidatura de Ceciliano. Em suas redes sociais, Lula, que está cumprindo agenda no Rio até quarta-feira, publicou uma foto de um encontro que teve com o presidente da Alerj, Freixo e a presidente nacional do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann no domingo. “Conversamos (…) sobre a construção de um futuro melhor para o Rio de Janeiro e o Brasil”, postou o petista.

Integrantes do PSB vem usando os casos do Piauí – onde por ora o PT ficará com as candidaturas ao Senado e governo – e o Maranhão – onde o PSB escolherá as duas indicações -, como exemplos de acordos para a formação de chapas puro sangue. A expectativa no entorno de Molon é que no Rio se chegue a um consenso para repetir o arranjo conseguido nos dois estados do nordeste. Na terça-feira, após uma reunião fechada de dirigentes do PT fluminense com o ex-presidente Lula, Gleisi Hoffmann afirmou ao GLOBO que é legítimo o pessebista fazer seus movimentos de candidatura. Porém, descartou que o PSB fique com as indicações para as vagas majoritárias do Rio.

— Obviamente que o PT quer compor a chapa. Desde o início nós dissemos que queríamos indicar o Senado, que é a candidatura do André Ceciliano. O PSB sabe disso — disse Gleisi.

Outro trunfo que o deputado exibe para tentar mudar a decisão dos petistas é o apoio de personalidades famosas da cultura como Caetano Veloso e Fernanda Montenegro, que circulam um abaixo-assinado para impulsionar sua candidatura. Porém, o mesmo tipo de apoio ele não vem recebendo de seu correligionário Marcelo Freixo. Segundo interlocutores do pré-candidato ao governo, ele não tem se engajado nas costuras partidárias com o PT para emplacar Molon e conseguir uma dobradinha do PSB no Rio. Com sua posição na aliança com os petistas consolidada, o deputado tem deixado a decisão sobre o futuro do colega nas mãos das direções partidárias.

Rivais históricos na briga pelo posto de principal liderança de esquerda no Rio, Molon e Freixo vem tentando arrefecer a relação nas últimas semanas aparecendo lado a lado em eventos partidários. Porém, conforme publicou O GLOBO, a interlocutores, Molon já chegou a ameaçar não se candidatar a cargo algum, caso seja preterido por Freixo e veja seus planos de concorrer ao Senado frustrados. Nem mesmo uma nova eleição à Câmara, como puxador de votos do PSB, o interessaria.

Procurados, Molon e o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, não comentaram.

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