Política

Proximidade de leilão pode levar Lula a adiantar demissão do presidente do Ibama

Pressionado, Rodrigo Agostinho aprovou o plano da Petrobras sobre a fauna na Foz do Amazonas

Proximidade de leilão pode levar Lula a adiantar demissão do presidente do Ibama
Proximidade de leilão pode levar Lula a adiantar demissão do presidente do Ibama
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, em audiência no Senado. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
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O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, pode estar em seus últimos dias no cargo. Apesar do recente avanço com a aprovação do plano da Petrobras para a proteção da região da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), pressiona pela demissão do ex-deputado federal.

O governo prepara para 17 de junho, por meio da Agência Nacional de Petróleo, o leilão que ofertará 47 locais da bacia da Foz do Amazonas. Se a Petrobras não obtiver a autorização de exploração do bloco 59 (Foz do Amazonas), o certame pode ser um fracasso.

Por isso, Lula (PT) pode adiantar a demissão do chefe do Ibama, já na berlinda desde meados do ano passado, quando a discussão ganhou força. A eleição do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), um grande entusiasta da exploração, também pode impulsionar a decisão do petista.

Na segunda-feira 19, com assinatura de Agostinho, o Ibama aprovou o conceito do Plano de Proteção e Atendimento à Fauna Oleada (PPAF) apresentado pela Petrobras como parte do Plano de Emergência Individual (PEI).

De acordo com o Ibama, “a aprovação do conceito do PPAF indica que o plano, em seus aspectos teóricos e metodológicos, atendeu aos requisitos técnicos exigidos e está apto para a próxima etapa: a realização de vistorias e simulações de resgate de animais da fauna oleada”.

A decisão, no entanto, passa por cima de um parecer técnico de funcionários do Ibama, para os quais o planejamento não soluciona problemas já indicados.

A avaliação de técnicos do instituto é que Agostinho sofreu pressão política para chancelar o plano. 

Agora, a Petrobras e o Ibama realizarão uma simulação in loco das ações de resposta a emergência, a Avaliação Pré-Operacional (APO). É a última etapa para o licenciamento. 

A presidenta da Petrobras, Magda Chambriard, comemorou a aprovação do plano. “Estamos empenhados em demonstrar que o que está previsto para essa perfuração é o maior plano de emergência individual já visto para águas profundas e ultra profundas”, escreveu, em seu perfil no LinkedIn.

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