Política
Projeto que equipara facções a grupos terroristas avança na Câmara
Com requerimento de urgência aprovado em votação simbólica nesta segunda, o PL apresentado pelo deputado Danilo Forte (União-CE) pode ir direto a plenário


O plenário da Câmara dos Deputados aprovou em votação simbólica nesta segunda-feira 27 um requerimento de urgência para acelerar a tramitação do projeto de lei que enquadra as facções criminosas no crime de terrorismo. Com a aprovação da urgência, o texto pode ser votado diretamente no plenário.
Apenas a federação PSOL/Rede orientou contra a urgência. A proposta, de autoria do deputado federal Danilo Forte (União-CE), amplia a Lei Antiterrorismo para enquadrar “milícias privadas que realizem atos de terror para controlar comunidades ou desafiar o Estado” e classificar como atos terroristas:
- Imposição de domínio ou controle territorial por grupos criminosos;
- ataques a infraestruturas críticas e serviços essenciais, como hospitais, aeroportos, rodovias e instalações militares;
- sabotagem e interrupção de serviços públicos e privados, mesmo que temporariamente; e o
- uso do terror como instrumento de retaliação a políticas públicas ou demonstração de poder paralelo ao Estado.
Além disso, o texto estabelece punições mais severas para os envolvidos em atos de terrorismo praticados por facções e milícias. Entre as principais mudanças estão o aumento da pena para 30 anos de reclusão, a classificação desses crimes como “inafiançável e sem possibilidade de anistia, graça ou indulto” e prerrogativa de investigação da Polícia Federal.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Polícia indicia por terrorismo rapper que exibiu bandeira do Hezbollah em show em Londres
Por AFP
Comissão da Câmara aprova critérios mais rigorosos para candidatos ao Conselho Tutelar
Por CartaCapital