Economia

Projeto da dívida dos estados entra em votação nesta quarta ‘sem falta’, diz Pacheco

A proposta para compensar a desoneração da folha de pagamento de empresas também consta da pauta

Projeto da dívida dos estados entra em votação nesta quarta ‘sem falta’, diz Pacheco
Projeto da dívida dos estados entra em votação nesta quarta ‘sem falta’, diz Pacheco
Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Foto: Jonas Pereira/Agência Senado
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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), confirmou que o projeto de lei que institui o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados, destinado a revisar os termos das dívidas dos estados com a União, entrará em votação nesta quarta-feira 14.

Segundo ele, os senadores analisarão a matéria “sem falta e impreterivelmente”.

Pacheco apresentou o projeto em julho. Na justificativa, ele afirma ter o objetivo de “criar condições estruturais de incremento de produtividade, enfrentamento das mudanças climáticas, melhoria da infraestrutura, segurança pública e educação, notadamente a relacionada à formação profissional da população”.

A adesão ao Propag estará à disposição do estado que tiver dívidas com o Tesouro Nacional até 31 de dezembro de 2024. A estimativa é que as dívidas estaduais atinjam atualmente cerca de 765 bilhões de reais — a maior parte, cerca de 90%, diz respeito a quatro estados: Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Não haverá desconto no montante consolidado da dívida. Ou seja: o ponto de partida é o débito de cada estado com a União. Trata-se, de acordo com Pacheco, de respeitar a responsabilidade fiscal. Também não será possível utilizar o Fundo de Desenvolvimento Regional – um instrumento da reforma tributária – como antecipação para o pagamento.

Por outro lado, o projeto prevê a possibilidade de entrega de ativos para abater parte da dívida. Pacheco mencionou especificamente recebíveis, créditos judiciais, participação acionária em empresas (que podem ser federalizadas em favor da União) e créditos inscritos em dívida ativa.

Outro item previsto para entrar em votação nesta quarta-feira é o projeto de lei que cria um regime de transição para o fim da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia.

“Encaminhamos um bom acordo, já há concordância do governo de que não deve alterar impostos, principalmente a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido”, disse Pacheco nesta terça. “Há programas estruturados [para compensar a desoneração], como repatriação de recursos no exterior, regularização de ativos, atualização de valor de ativos.”

A proposta, do senador licenciado Efraim Filho (União-PB), chegou a entrar em pauta na semana passada, mas a análise não prosperou. O texto busca atender ao acordo firmado entre o governo federal e o Congresso Nacional sobre a lei que prorrogou a desoneração por quatro anos.

Conforme o projeto, a reoneração da folha de pagamento terá duração de três anos (de 2025 a 2027). O texto mantém a desoneração integral em 2024 e estabelece a retomada gradual da tributação a partir de 2025, com alíquota de 5% sobre a folha de pagamento. Em 2026 serão cobrados 10% e em 2027, 20%.

Senado e governo ainda discutem como compensar essa desoneração. O ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin estendeu até 11 de setembro o prazo para que o Legislativo e o Executivo busquem uma solução consensual sobre o benefício.

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