Prisões não devem impactar eleições de 2014, diz cientista política

Para especialista, há um 'descompasso' entre extensa cobertura da imprensa sobre o caso e entendimento do eleitor; para ela, principal impacto negativo é para imagem do PT

A cientista política Vera Chaia

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A prisão dos condenados no processo do “mensalão” não deve ter impacto nas eleições presidenciais de 2014. A avaliação é da cientista política Vera Chaia, professora da PUC-SP.

Para a especialista, há um “descompasso” entre a extensa cobertura jornalística sobre o caso e a compreensão do eleitor, algo já verificado, segundo ela, na vitória do PT nas eleições presidenciais de 2006 e 2010 e no bom desempenho do partido na disputa municipal de 2012, posteriores à revelação do escândalo, em 2005.

“Quando a gente fala que a imprensa influencia, ela de fato influencia. Mas existe um limite para essa influência e esses limites foram percebidos em 2010 e até mesmo em 2012”, afirma.

A professora usa como exemplo o bom desempenho da presidenta Dilma Rousseff nas pesquisas de intenção de voto. Segundo o Ibope, a presidente teria 43% dos votos e venceria no primeiro turno em um cenário contra Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).

Para Chaia, o principal efeito da prisão dos condenados na ação penal, realizada na sexta-feira 15, foi para a imagem do PT – que, segundo ela, passou a se identificar como um partido “como todos os outros”.

O posicionamento atual do partido, de criticar o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) como “nitidamente político” e reafirmar a inocência dos condenados, nada mais seria que uma tentativa de reverter esse prejuízo simbólico.


“Se era um partido que defendia a moralidade, contra a corrupção, todo o processo se refletiu em uma imagem negativa. Deixou de ser aquele partido atuando com toda a lisura.”

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