Política
Presidente do PL não descarta candidatura de Michelle à Presidência: ‘Todo mundo tem chance’
Valdemar da Costa Neto despistou sobre a possibilidade do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ser o candidato do PL


O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, não rejeitou a possibilidade da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ser a candidata do partido ao Palácio do Planalto em 2026. Para Valdemar, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é imprevisível e “todo mundo tem chance” de ser sua escolha para disputar as eleições.
Questionado sobre a possibilidade do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ser o candidato do PL para o pleito, Valdemar elogiou Tarcísio, mas despistou.
“Quem vai indicar é o Bolsonaro (…) O Bolsonaro já tocou nesse assunto comigo duas vezes, com outros nomes. ‘Eu tô pensando em indicar tal pessoa’. ‘Bolsonaro, vai ser quem você indicar’. Talvez ele tenha feito isso para ver se tenho tendência. Não tenho”, disse em entrevista à Folha de S.Paulo publicada nesta sexta-feira 19.
O governador tem se apresentado como articulador da anistia, buscando apoio entre partidos da direita e do Centrão, enquanto mantém alinhamento político e lealdade ao ex-presidente. Ele é considerado o candidato mais competitivo à direita, mas enfrenta resistência dentro do clã Bolsonaro, especialmente por parte do deputado federal Eduardo Bolsonaro.
Para Valdemar, mesmo após trocar farpas publicamente e ameaçar sair do PL, Eduardo vai aceitar o nome indicado por Bolsonaro – mesmo se for Tarcísio. “Ele tem que obedecer porque os votos que ele tem são por causa do pai, não são por causa dele (…) Não acredito que brigue com o pai dele… Vai ajudar a matar o pai de vez? Porque o que o Bolsonaro está passando… Nossa Senhora”.
Para o líder partidário, se a anistia for aprovada na Câmara dos Deputados mas não avançar no Senado, que conta com maior proximidade do governo Lula (PT), o PL vai obstruir os trabalhos na Casa. “Temos uma arma. A única coisa que podemos fazer, dentro da lei, é a obstrução. E temos número para parar o Senado. Não queremos, porque prejudica o país, mas temos 45 senadores para isso”, comentou.
Na última quarta-feira 17, a Câmara aprovou um requerimento de urgência para acelerar a tramitação da anistia. Apesar da vitória da extrema-direita, o relator do projeto, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), tem afirmado que pretende mudar o foco do PL e vai articular pela dosimetria, buscando uma redução das penas.
Essa mudança é rejeitada pelo PL, que pressiona por uma anistia geral e irrestrita para reabilitar o ex-presidente. “Queremos o Bolsonaro [livre]. É o que o partido quer. Acho que o que o [presidente dos EUA Donald] Trump está esperando é a aprovação da anistia. O Bolsonaro tem que ser candidato”, completou.
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