Política

Presidente do PDT diz que Cristina pode ser exemplo para Lula, se ele ‘tiver grandeza’; PT não comenta

A CartaCapital, a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, disse que o partido ‘está mais ocupado em debater a crise e criar soluções para o povo’

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
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O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, defendeu nesta terça-feira 6 a declaração feita na véspera pelo ex-ministro e provável candidato do partido à Presidência em 2022, Ciro Gomes, sobre o papel do ex-presidente Lula no pleito.

Para Ciro, diante do que chamou de “fim de ciclo”, Lula deveria se inspirar no “passo para trás” dado por Cristina Kirchner em 2019, quando se candidatou a vice de Alberto Fernández, em vez de tentar a reeleição à presidência da Argentina.

“A gente devia pedir generosidade a quem já teve oportunidade, como o Lula, que é um grande líder da história brasileira”, disse Ciro Gomes durante conferência virtual sobre a reforma administrativa promovida pela Central dos Sindicatos Brasileiros. “Mas a gente devia pedir a ele que se compenetrasse e que não imitasse o exemplo desastrado do Maduro na Venezuela ou o exemplo desastrado do Evo Morales na Bolívia. E que olhasse o que a Cristina Kirchner fez na Argentina, em que, tendo uma força grande, deu um passo para trás e ajudou a Argentina a se reconciliar.”

A CartaCapital, Lupi afirmou que Ciro citou a atitude de Cristina como um exemplo. “Este ato uniu o peronismo e lhes deu a vitória. Seria um exemplo a ser seguido por Lula, se tiver grandeza. Não é um convite, é um gesto para derrotar os boçais”, afirmou.

Para o deputado federal André Figueiredo (PDT-CE), a repercussão, “principalmente por parte de alguns companheiros filiados ao PT, foi completamente desproporcional”.

“Já veio a história de Paris de novo, como se não houvesse inúmeros motivos para que a campanha de 2018 gerasse mágoas recíprocas. A gente tem que parar de pensar nisso, a gente tem que pensar se queremos ou não derrotar Bolsonaro”, declarou. “É chegado o momento de se pensar menos no seu umbigo partidário e mais no coração do País”.

Procurada por CartaCapital, a presidenta nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), respondeu por meio de sua assessoria que não comentaria o episódio “porque o partido está mais ocupado em debater a crise e criar soluções para o povo”.

Já o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) pediu que Ciro, diante de sua sugestão de que Lula dê “um passo para trás”, dê “um passo à frente, não fuja para Paris e, assim como Brizola no passado, reforce a frente de esquerda e progressista no presente”.

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