Esporte

Presidente da CBF e deputada do MDB são alvos de operação da PF por suspeita de compra de votos

Endereços ligados a Samir Xaud e Helena da Asatur, no Rio de Janeiro e em Roraima, foram vasculhados pelos agentes nesta quarta-feira

Presidente da CBF e deputada do MDB são alvos de operação da PF por suspeita de compra de votos
Presidente da CBF e deputada do MDB são alvos de operação da PF por suspeita de compra de votos
O presidente da CBF, Samir Xaud, e a deputada federal Helena Lima (MDB-RR) são alvos de operação da PF por suspeita de compra de votos. Fotos: @rafaelribeirorio l CBF e Renato Araujo/Câmara dos Deputados
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A Polícia Federal faz, nesta quarta-feira 30, buscas em endereços ligados ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, e à deputada Helena Lima (MDB-RR). A dupla é suspeita de ter participado de um esquema de compra de votos nas eleições de 2024.

Os agentes cumprem dez mandados nos estados de Roraima e Rio de Janeiro. A Justiça determinou, ainda, um bloqueio de mais de 10 milhões de reais nas contas dos investigados. Não há mandados de prisão.

A investigação, segundo a PF, teve início após a apreensão de 500 mil reais, em setembro de 2024. O dinheiro, naquela ocasião, foi apreendido com o empresário Renildo Lima, marido da deputada, que também é conhecida como Helena da Asatur. Parte do valor encontrado estava escondido na cueca do empresário. Ele, que chegou a ser preso naquela ocasião, também é alvo da operação desta quarta.

Na ocasião, a PF informou que o esquema de compra de votos envolvia também a formação de uma organização criminosa para o cometimento de crimes eleitorais. A movimentação do grupo, à época, foi estimada em 2 milhões de reais. A Polícia Federal não deixou claro quem seriam os candidatos beneficiados pelo suposto crime.

Além de Renildo, outras cinco pessoas foram presas naquele momento, entre eles dois policiais que faziam a segurança dos membros da organização durante o saque e transporte dos valores. Todos foram soltos no dia seguinte à operação.

Em nota enviada a CartaCapital nesta quarta-feira, a deputada disse que “jamais foi notificada a prestar esclarecimentos” sobre o caso, e que por isso sente ‘perplexidade’ pela operação desta quarta.

“Como cidadã e representante eleita democraticamente, a deputada respeita e defende o trabalho das instituições, reafirmando seu compromisso com a transparência, a ética pública e o devido processo legal”, prossegue a nota.

Na época da prisão do marido, Helena negou irregularidades no dinheiro encontrado e disse não ser crime movimentar recursos próprios. Ela argumentou, na ocasião, que os valores não tinham qualquer relação com a compra de votos.

Xaud, por sua vez, disse estar “à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários”. Em nota divulgada pela CBF, ele confirmou ter sido alvo da operação, mas disse não ser “o centro das apurações”. A PF, convém ressaltar, não esclareceu qual o papel do presidente da CBF no suposto esquema. Sabe-se, porém, que Xaud é filiado ao MDB e chegou a ser candidato a deputado federal pelo partido em 2022.

“É importante ressaltar que a operação não tem qualquer relação com a CBF ou futebol brasileiro e que o presidente da entidade, Samir Xaud, não é o centro das apurações. A CBF esclarece que, até o momento, não recebeu nenhuma informação oficial sobre o objeto da investigação”, diz o comunicado.

A organização também informou que nenhum equipamento ou material foi levado pelos agentes após as buscas na sua sede no Rio de Janeiro, que, segundo a CBF, são um “desdobramento de investigação determinada pela Justiça Eleitoral de Roraima”.

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