Política
Presidenta do PSOL tem visto dos EUA cancelado
Consulado alegou ter ‘obtido informações’ que tornariam Paula Coradi inelegível para entrar no País


A presidenta nacional do PSOL, Paula Coradi, teve o visto americano cancelado pelo governo dos Estados Unidos. De acordo com a sigla, a dirigente partidária foi informada da decisão por meio de e-mails enviados pelo consulado do País em São Paulo.
O órgão alegou ter “obtido informações” que tornariam Coradi inelegível para entrar no País, sem detalhar quais seriam. Também disse que o cancelamento do visto foi fundamentado na seção 221(i) da Lei de Imigração e Nacionalidade, que permite a revogação do visto mesmo após a emissão. O consulado dos EUA deu prazo de três dias úteis para que Coradi apresentasse explicações.
A dirigente do PSOL respondeu o governo norte-americano e sustentou não ter antecedentes criminais nem envolvimento em atividades ilícitas, reiterando que sempre prestou informações verídicas em seus pedidos de visto. Apesar da tentativa, segundo um comunicado divulgado pelo partido nesta sexta-feira 26, a decisão foi mantida.
Coradi repudiou o cancelamento e classificou a medida como um ataque ao trabalho que o partido brasileiro realiza. “Não vejo isso como um ataque pessoal, mas sim como um ataque ao PSOL por nossa atuação em defesa da soberania do Brasil”, declarou. “É uma arbitrariedade do governo do presidente Donald Trump”.
O visto anterior de Coradi havia sido obtido em 2018. A solicitação de um novo documento foi feita após o extravio de seu passaporte com a autorização válida, em preparação para uma viagem a Chicago em 2025, onde participou de um evento com lideranças de esquerda estadunidenses.
O partido também repudiou a atitude do governo Trump, considerando a medida uma ação de “perseguição e intimidação”. “O partido se solidariza com sua presidenta e reafirma seu compromisso com a defesa da democracia, da soberania nacional e da luta contra as políticas arbitrárias de governos estrangeiros”, disse em nota.
A embaixada dos Estados Unidos no Brasil foi procurada por CartaCapital, mas ainda não retornou as tentativas de contato. O espaço para manifestação segue aberto.
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