Por que o combate ao desmatamento ficou mais complexo na Amazônia, segundo o Ibama

O presidente do órgão, Rodrigo Agostinho, relatou a CartaCapital o cenário que encontrou após Bolsonaro deixar o poder

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. Foto: Elaine Menke/Câmara dos Deputados

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O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou nesta quinta-feira 16 que o combate ao desmatamento na Amazônia Legal tornou-se mais complexo nos últimos anos.

Em entrevista ao Poder em Pauta, programa no canal de CartaCapital no Youtube, Agostinho disse que o cenário encontrado no órgão, após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixar o cargo, dificulta os trabalhos de fiscalização.

“O que temos hoje é o envolvimento do crime ambiental com facções criminosas que atuavam em outras partes do Brasil”, declarou. “Tem áreas na Amazônia onde as Farcs estão entrando, o Comando Vermelho e o PCC também, além de facções regionais. Há dinheiro do tráfico de drogas sendo lavado na pesca, no ouro do garimpo ilegal. A complexidade para enfrentar essa criminalidade fica cada vez maior”.

De acordo com Agostinho, no passado, o órgão chegou a ter 2 mil funcionários dedicados ao impedimento do desmate. Com Bolsonaro, o número caiu para 300.

“O Ibama só tem 53% do quadro [de funcionários] completo”, acrescentou. “Nossa estrutura é muito acanhada”.

Na conversa, o presidente do instituto comentou quais foram as primeiras medidas de sua gestão.


O Brasil é o país que mais destroi floresta no mundo. Perdemos no ano passado mais de 2 mil k² para sempre. É um grande desafio que a gente tem.

“Tivemos a saída dos militares e das pessoas indicadas pelo governo anterior. Trabalhamos para voltarmos com as operações de fiscalização e entramos na crise dos Yanomamis”, disse. “Já temos um novo decreto de multas e já fizemos a revisão dos despachos do ex-presidente que estavam levando para a prescrição”.

Assista a entrevista na íntegra:

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