Política

Policiais mataram ex-chefe do DOI-Codi, diz delegado

Segundo investigações, ex-militar que guardava informações sobre desaparecimento de deputado morreu em tentativa de assalto

Na casa do ex-militar assassinado foram encontrados documentos referentes ao desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva (foto). Foto: Renato Araújo/ABr
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As suspeitas sobre o assassinato por encomenda de um coronel reformado do Exército, em novembro, em Porto Alegre, caíram por terra. Para a Polícia Civil gaúcha, o ex-comandante do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) do Rio de Janeiro, no início da década de 1980, foi morto em uma tentativa de assalto.

Digna de roteiros hollywoodianos, a morte do oficial ganhou ares espetaculosos depois que foram encontrados em sua casa documentos sobre o desaparecimento do deputado Rubens Paiva, em 1971, e o atentado ao Riocentro, em 1981, ambos ocorridos durante a ditadura militar brasileira.

Quem assassinou o coronel aposentado do Exército Júlio Miguel Molinas Dias, de 78 anos, foram dois policiais miliares, segundo as investigações. A dupla se divide entre o policiamento ostensivo e assaltos ao comércio na zona norte de Porto Alegre.

Conforme o titular da 14ª DP da capital gaúcha, delegado Luiz Fernando Martins Oliveira, os brigadianos assassinaram Molinas depois de uma reação do militar, durante uma tentativa de entrarem sua casa e levar seu arsenal particular de estimação.

Nesta terça-feira cerca de cem agentes da Polícia Civil e membros da Corregedoria da Brigada Militar prenderam os dois soldados – lotados no batalhão responsável pela segurança do bairro em que Molinas morava – a namorada de um deles e um cunhado. Foram apreendidas armas e drogas. Vinte pedras de crack foram encontradas dentro do próprio quartel.

O bando vinha sendo investigado há alguns meses. A polícia chegou até eles depois de encontrar impressões digitais no carro usado no assalto ao coronel, abandonado logo em seguida.

Arquivo morto. No dia 27 de novembro, os documentos sobre Rubens Paiva e o Riocentro foram entregues à Comissão Nacional da Verdade. Os arquivos haviam sido entregues à polícia pelas filhas de Molinas, logo no início das investigações sobre sua morte.

Um dos documentos é uma espécie de “minutário”, escrito de próprio punho, no qual registra todo o desenrolar do atentado ao Riocentro, minutos após a bomba ser detonada. Na ocasião, Molina era comandante do DOI-Codi do Rio.

Outro é uma relação de objetos pessoais que foram apreendidos pelos militares no momento em que o deputado Rubens Paiva ingressou em um quartel no Rio, em 1971. Isso comprovaria que o deputado, de fato, ingressou nas instalações militares, algo até hoje negado pelo Exército.

Conforme a versão vigente, Paiva foi procurado em casa por uma equipe da repressão, mas lhe foi permitido acompanhar os militares até um quartel dirigindo seu próprio carro. Durante o trajeto, o veículo teria sido interceptado e Paiva, nunca mais visto.

Os papéis encontrados agora mostram a relação de objetos, como documentos, cinto, paletó e livros que os militares confiscaram no ingresso de Paiva às suas dependências.

“Certamente tem muitos arquivos guardados em gavetas. Por isso citamos as pessoas a entregarem, colaborem com a reconstrução da verdade”, avaliou o coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Cláudio Fonteles.

As suspeitas sobre o assassinato por encomenda de um coronel reformado do Exército, em novembro, em Porto Alegre, caíram por terra. Para a Polícia Civil gaúcha, o ex-comandante do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) do Rio de Janeiro, no início da década de 1980, foi morto em uma tentativa de assalto.

Digna de roteiros hollywoodianos, a morte do oficial ganhou ares espetaculosos depois que foram encontrados em sua casa documentos sobre o desaparecimento do deputado Rubens Paiva, em 1971, e o atentado ao Riocentro, em 1981, ambos ocorridos durante a ditadura militar brasileira.

Quem assassinou o coronel aposentado do Exército Júlio Miguel Molinas Dias, de 78 anos, foram dois policiais miliares, segundo as investigações. A dupla se divide entre o policiamento ostensivo e assaltos ao comércio na zona norte de Porto Alegre.

Conforme o titular da 14ª DP da capital gaúcha, delegado Luiz Fernando Martins Oliveira, os brigadianos assassinaram Molinas depois de uma reação do militar, durante uma tentativa de entrarem sua casa e levar seu arsenal particular de estimação.

Nesta terça-feira cerca de cem agentes da Polícia Civil e membros da Corregedoria da Brigada Militar prenderam os dois soldados – lotados no batalhão responsável pela segurança do bairro em que Molinas morava – a namorada de um deles e um cunhado. Foram apreendidas armas e drogas. Vinte pedras de crack foram encontradas dentro do próprio quartel.

O bando vinha sendo investigado há alguns meses. A polícia chegou até eles depois de encontrar impressões digitais no carro usado no assalto ao coronel, abandonado logo em seguida.

Arquivo morto. No dia 27 de novembro, os documentos sobre Rubens Paiva e o Riocentro foram entregues à Comissão Nacional da Verdade. Os arquivos haviam sido entregues à polícia pelas filhas de Molinas, logo no início das investigações sobre sua morte.

Um dos documentos é uma espécie de “minutário”, escrito de próprio punho, no qual registra todo o desenrolar do atentado ao Riocentro, minutos após a bomba ser detonada. Na ocasião, Molina era comandante do DOI-Codi do Rio.

Outro é uma relação de objetos pessoais que foram apreendidos pelos militares no momento em que o deputado Rubens Paiva ingressou em um quartel no Rio, em 1971. Isso comprovaria que o deputado, de fato, ingressou nas instalações militares, algo até hoje negado pelo Exército.

Conforme a versão vigente, Paiva foi procurado em casa por uma equipe da repressão, mas lhe foi permitido acompanhar os militares até um quartel dirigindo seu próprio carro. Durante o trajeto, o veículo teria sido interceptado e Paiva, nunca mais visto.

Os papéis encontrados agora mostram a relação de objetos, como documentos, cinto, paletó e livros que os militares confiscaram no ingresso de Paiva às suas dependências.

“Certamente tem muitos arquivos guardados em gavetas. Por isso citamos as pessoas a entregarem, colaborem com a reconstrução da verdade”, avaliou o coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Cláudio Fonteles.

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