Política
Polícia Federal deflagra 18ª fase da Operação Lesa Pátria
Nova fase faz busca e apreensão em um endereço de Brasília; o bloqueio de bens também foi determinado pelo STF


Dois dias depois de prender três envolvidos nos ataques golpistas de 8 de Janeiro, a Polícia Federal volta às ruas para cumprir nova fase da operação Lesa Pátria, que busca identificar participantes, financiadores e incitadores dos atos antidemocráticos em Brasília.
Nesta sexta-feira 29, a corporação cumpre um mandado de busca e apreensão em um endereço de Brasília. O alvo é o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes, que atuou ao lado de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde até o último dia de governo Bolsonaro.
A suspeita é de que ele seja um executor da tentativa de golpe e, possivelmente, um dos idealizadores dos ataques em Brasília. Além da busca, o Supremo Tribunal Federal autorizou o bloqueio de ativos e valores do investigado.
A iniciativa busca garantir o ressarcimento do prejuízo causado pelos golpistas ao invadirem as sedes dos Três Poderes naquele 8 de Janeiro. Em nota, a PF afirma que a estimativa de danos pode chegar a 40 milhões de reais.
Na fase da Lesa Pátria desta sexta-feira, a 18ª, não há determinação de nenhuma prisão. O alvo, no entanto, também é investigado pelos “crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido”, informa a PF.
Segundo a TV Globo, essa fase da operação tem como objetivo identificar integrantes das Forças Armadas que teria participado da tentativa de golpe. De acordo com o canal, a suspeita é de que agentes das Forças Especiais do Exército tenham iniciado a invasão das sedes dos Três Poderes. Eles seria os homens de balaclava e luvas que aparecem em imagens daquele dia.
O modelo de ação foi considerado ‘profissional’ e executado por pessoas que supostamente teriam, além de treinamento, conhecimento do local que estava sendo invadido. Foi essa primeira ação que abriu caminho para a horda de golpistas que invadiram os locais.
Na quarta, quando foi para as ruas pela última vez, a PF prendeu três executores dos atos de vandalismo. São eles:
- Aildo Francisco Lima, conhecido como “Bahia”, que fez uma live da cadeira de Alexandre de Moraes;
- Basilia Batista, que chegou a ser detida, foi solta, mas tornou a promover discurso golpistas;
- Margarida Marinalva de Jesus, advogada de Brasília que além da participação nos atos, teria ocultado celulares de participantes do vandalismo.
A 17ª fase da operação também fez buscas em dez endereços no Paraná, em São Paulo, em Minas Gerais e em Goiás.
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