Política

Polícia Federal abre inquérito para investigar genocídio contra yanomamis

Procedimento apurará se houve intenção na omissão de socorro das comunidades por parte de autoridades e se recursos foram desviados

Polícia Federal abre inquérito para investigar genocídio contra yanomamis
Polícia Federal abre inquérito para investigar genocídio contra yanomamis
Foto de criança Yanomami desnutrida virou símbolo da tragédia humanitária vivida pelo povo Foto: Divulgação
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A Polícia Federal abriu, nesta quarta-feira, 25, inquérito para apurar a ocorrência de crime de genocídio, omissão de socorro e desvio de recursos que seriam destinados ao povo yanomâmi.

A abertura do procedimento, requerida pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, se baseou no relatório que revelou uma centena de mortes de crianças por desnutrição.

Na segunda-feira, Dino declarou que há “indícios fortíssimos” de crime de genocídio contra a comunidade indígena.

A crise humanitária em Roraima levou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a dispensar 43 militares da Fundação Nacional dos Povos Indígenas.

Segundo o ministro da Justiça, a investigação tem como alvo “ex-ministros e ex-presidentes de órgãos, como Funai, ex-dirigentes da Saúde Indígena e agentes públicos de alto escalão que estimularam o garimpo ilegal na Amazônia”.

Dino ainda aponta a prática de desmonte dos órgãos de fiscalização da região provocadas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Mortes por desnutrição ou por doenças tratáveis, pouco ou nenhum acesso aos serviços de saúde, medidas insuficientes para a proteção dos ianomâmis, além do desvio na compra de medicamentos e de vacinas destinadas à proteção desse povo contra a Covid-19, conduzem a um cenário de possível desmonte intencional contra os indígenas ou genocídio”, diz o ofício remetido à Polícia Federal.

Além da investigação, a Polícia Federal prepara uma megaoperação para expulsar os garimpeiros da reserva indígena.

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