Política

Podemos-SP pede expulsão de Marco Feliciano, que reage: “Canalhas”

Deputado diz que diretório estadual pediu sua expulsão para apoiar Bruno Covas à prefeitura de São Paulo

Foto: Alan Santos/PR
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O diretório do Podemos no estado de São Paulo pediu, na segunda-feira 9, a expulsão do deputado federal Marco Feliciano. Segundo a assessoria do partido, o pedido ocorreu após decisão decorrente de um processo no diretório estadual. A executiva nacional ainda deve analisar o recurso.

O documento foi assinado pelo vereador e presidente estadual da sigla, Mario Covas Neto. Ele alega que Feliciano foi expulso por “infração e violação à disciplina, à ética, à fidelidade e aos deveres partidários”.

Uma das questões citadas é o uso de recursos públicos pelo deputado para fins particulares. A referência é feita ao tratamento dentário pelo qual o parlamentar pagou 157 mil reais em agosto, com dinheiro da Câmara.

O deputado reagiu, na terça-feira 10, em sua rede social. Ele chamou os integrantes do partido de “covardes” e sustentou que a expulsão se dá por seu apoio ao presidente Jair Bolsonaro.

“Covardes, esperaram eu estar fora do país para montarem esse teatro da expulsão. O preço de permanecer fiel aos meus eleitores conservadores é enfrentar a navalha da injustiça, manejada pelos canalhas de plantão, que há décadas comandam São Paulo sem resolver os problemas do povo”, escreveu o parlamentar.

O pastor acompanha o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em viagem à Nigéria. Em vídeo, ele relaciona a expulsão à intenção de Mário Covas Neto em ajudar o sobrinho, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, na corrida pela reeleição na cidade.

Feliciano também afirmou que denunciará ao Ministério Público os participantes do julgamento no diretório estadual. Além disso, anunciou que vai processá-los por danos morais.

“Eu fui expulso unicamente porque Mário Covas Neto transformou o Podemos em um mero puxadinho da candidatura do seu sobrinho, Bruno Covas, à prefeitura de São Paulo”, acusou o deputado. “Por isso, tinha medo de que eu pudesse me candidatar ao cargo, inviabilizando, assim, a adesão do partido à candidatura tucana. Os canalhas de plantão temem uma candidatura verdadeiramente conservadora que defenda o presidente Bolsonaro e as suas ideias.”

Pelo Twitter, Covas Neto rebate Feliciano com fortes críticas. O vereador chamou o deputado de “Marco Boca de Ouro” e afirmou que, além do caso do tratamento dentário, o processo de expulsão cita denúncias “amplamente noticiadas” que dizem respeito a escândalo sexual e propina em esquema fraudulento.

Segundo o presidente estadual da legenda, o pedido de expulsão tramitou por três meses, houve notificação a Feliciano, mas o deputado não se manifestou.

“O senhor queria realmente ser expulso. Assim, fica livre para ganhar o apoio do presidente numa possível candidatura a prefeitura de São Paulo. Sua conduta não condiz com a do Podemos. Por isso, desejo que vá com Deus porque com o diabo o senhor já está”, atacou Covas Neto, na internet.

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