Política

Reforma política é prioridade de Dilma em 2015

Se reeleita, presidenta planeja trabalhar pela proposta de plebiscito no primeiro semestre. Assunto pode esquentar eventual segundo turno da eleição

Presidenta defende plebiscito por reforma política
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A presidenta Dilma Rousseff pretende trabalhar no primeiro semestre de 2015, caso seja reeleita, pela realização de uma reforma política que proíba doações empresariais para campanhas eleitorais. O plano foi revelado em conversa recente com um dirigente de uma entidade da sociedade civil defensora, como Dilma, de um plebiscito para a reforma política.

O assunto pode ser um dos mais quentes da eleição presidencial na hipótese de segundo turno. Em algum momento entre os dias 14 e 15 de outubro, Dilma receberá o resultado de uma consulta popular que mostrou apoio amplo à ideia de convocar-se uma Constituinte para a reforma política. Os presidentes do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, e do Congresso, Renan Calheiros, também receberão o material.

A consulta foi realizada por conta própria, no início de setembro, por um grupo de 477 organizações como sindicatos de trabalhadores urbanos, associações de camponeses, união de estudantes e pastorais católicas. Todas são favoráveis a mudanças no sistema político e eleitoral. Foram 7,7 milhões de votantes, em urnas físicas ou via internet, o equivalente a 5% do eleitorado apto a ir às urnas no próximo dia 5. Deste total, 97,5% disseram “sim” à Constituinte.

Ao menos três candidatos a presidente estiveram entre os eleitores. Marina Silva (PSB), que votou em Vitória da Conquista (BA), Luciana Genro (PSOL), que votou em Santos (SP), e Pastor Everaldo, que votou em Campina Grande (PB). Dilma preferiu não participar, por ser chefe de Estado.

Uma pesquisa feita em junho pelo instituto Datafolha a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) já havia mostrado a existência de apoio expressivo à reforma política, especialmente à proposta de eliminar as doações empresariais para candidatos. Entre os entrevistados, 61% disseram achar a reforma política “muito importante” e 71% declararam-se “contra” as doações empresariais.

Dilma defende um plebiscito para a reforma política, cujo objetivo é determinar aos parlamentares que leis eles deveriam aprovar em resposta ao pleito da população, mas ainda não abraçou por inteiro a ideia de que esta decisão parlamentar seja tomada por uma congresso eleito só para isto. Há riscos políticos e jurídicos sobre a ideia de Constituinte exclusiva.

Quando Dilma lançou a proposta de Constituinte em junho de 2013, em resposta aos protestos de rua, encontrou forte resistência em círculos partidários, midiáticos e intelectuais. Além disso, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, um crítico das doações empresariais e favorável à reforma e ao plebiscito, diz que uma Constituinte tem poderes legais para definir sua própria pauta. Dependendo dos constituintes eleitos, o que era uma boa ideia poderia se revelar um perigo.

De qualquer forma, no quartel general da campanha de Dilma, há quem defenda que a Constituinte é a única forma de contornar as resistências dos atuais parlamentares, em sua maioria contrários a mexer no atual sistema, pelo qual foram eleitos.

Em um ato de campanha com intelectuais e artistas no Rio no dia 16, Dilma tocou no assunto. “O mesmo voto que vota no Congresso vota em uma Constituinte exclusiva. É o mesmo voto. Então é fundamental que a gente faça um debate com povo brasileiro. Dê força para as nossas propostas de Constituinte e tenha uma clara consulta para saber: nós somos a favor do financiamento público de campanha ou financiamento privado? Então vamos para a população tirar esse resultado.”

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