Política

Planalto diz que Alvim será demitido após discurso nazista

Vídeo postado pelo secretário de Cultura possui trechos semelhantes ao discurso de Joseph Goebbels

O presidente Jair Bolsonaro, ao lado do ministro Abraham Weintraub e do secretário Roberto Alvim Foto: Reprodução/Facebook)
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O Palácio do Planalto anunciou, nesta sexta-feira 17, que o secretário da Cultura, Roberto Alvim, será demitido. A decisão acontece após a grande pressão pela demissão do secretário, que postou um vídeo copiando trechos do discurso de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda na Alemanha Nazista.

No vídeo postado nas redes oficiais da Secretaria de Cultura, Alvim fala: “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada”.

“A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”, disse o ministro de cultura e comunicação de Hitler em um pronunciamento para diretores de teatro, segundo o livro “Goebbels: a Biography”, de Peter Longerich.

O discurso de Alvim veio acompanhado de um tom ameaçador junto de uma trilha sonora misteriosa. Atrás do secretário tinha uma foto de Jair Bolsonaro e ao seu lado uma bandeira do Brasil junto com uma cruz. Isso fez com que, nas redes sociais, as pessoas comparassem o vídeo com pronunciamentos nazistas e o nome de Goebbels se tornou um dos assuntos mais comentados desta madrugada.

Uma das referências no vídeo é a música de fundo, que veio da ópera “Lohengrin”, de Richard Wagner, uma obra que Hitler contou em sua autobiografia ter sido decisiva em sua vida.

Alvim, que é diretor de teatro, foi nomeado em setembro de 2019 para o cargo de diretor do Centro de Artes Cênicas da Funarte. Ele se destacou por ser um dos únicos da sua classe a apoiar o presidente. Em novembro, Bolsonaro o escolheu para comandar a secretaria da Cultura no lugar de Ricardo Braga.

Ainda não há informações sobre quem assume a secretaria no lugar de Alvim.

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