Política

PL passa a ser o partido com a maior bancada da Câmara dos Deputados

Após filiações nesta terça-feira 15, legenda passou a contar com 63 parlamentares na Casa

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, à frente de um banner com Bolsonaro. Foto: Reprodução
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Com as filiações acertadas nesta terça-feira, o PL passa a ser o partido com a maior bancada da Câmara, com 63 deputados federais. A legenda superou o União Brasil, resultado da fusão entre DEM e PSL, que encolheu nos últimos dias e agora fica 60 parlamentares.

Em evento na sede do partido, ao lado de aliados, a bolsonarista Carla Zambelli (SP) anunciou a entrada de fiéis apoiadores do presidente da República. Nos próximos dias, esse números ainda podem mudar, já que a janela partidária ainda está aberta. No período, que vai até o dia primeiro de abril, os políticos podem mudar de sigla sem correr o risco de perder o mandato.

Hoje, além de Zambelli, chegaram à legenda oriundos do União Brasil nomes como Major Fabiana (RJ), Chris Tonietto (RJ) e General Girão (RN). Do Podemos e do PTB, respectivamente, embarcaram José Medeiros (MT) e Paulo Bengtson (PA). O partido de Bolsonaro e Valdemar Costa Neto teve no sábado outra leva de 15 filiações.

Filipe Barros (União-PR), que também iria se juntar ao grupo, não havia até a noite de hoje chegado à sede do partido. Segundo aliados, o voo estava atrasado. Com ele, o PL deve chegar a 64 nomes. Nos próximos dias, a cúpula do partido espera contar com pelo menos 65 deputados federais.

Ecoando discurso de Bolsonaro, Zambelli comemorou a chegada dos parlamentares. Ela disse que era preciso reagir aos ataques ao presidente da República.

“A nossa liberdade está em jogo”, disse.

Defendendo a política de armamento do presidente da República, a deputada e policial militar Major Fabiana, também nova integrante da legenda, tratou o PL como a nova casa dos aliados mais fiéis.

“Temos o objetivo de garantir a democracia e a cidadania. Os brasileiros elegeram o presidente Jair Bolsonaro e vamos eleger novamente. E a cada traidor, cada pessoa que trai o presidente Bolsonaro, fica mais difícil para que o presidente Bolsonaro e sua equipe de ministros e parlamentares entreguem para as pessoas as políticas públicas e as pautas pelas quais foram eleitos”, disse Major Fabiana.

Embora os compromissos tenham sido firmados na sede do partido, os novos nomes ainda não foram encaminhados pela sigla à Câmara dos Deputados. A Casa ainda contabilizava, na noite de hoje, o PL com 49 deputados e o União Brasil com 72.

Durante o evento em em Brasília, foram filiados ainda o jogador de vôlei Maurício Souza e o cantor Netinho. Na cerimônia, foi lançada ainda a “Frente Parlamentar Lealdade Acima de Tudo”.

O cantor Netinho é conhecido pelo hit “Milla”, canção popular do carnaval dos anos 90. Em janeiro, o cantor já havia anunciado em suas redes sociais que tinha intenção de sair como candidato a deputado pela Bahia em 2022 e seria uma das apostas do PL para puxar votos aliados ao bolsonarismo na região.

Já Maurício de Souza, ex-jogador da Seleção, teve o contrato com o Minas Tênis Clube rescindido em outubro do ano passado. Isso ocorreu após o atleta usar seu perfil no Instagram para fazer declarações homofóbicas envolvendo uma reportagem que noticiava que o filho do herói Super-Homem seria bissexual nos quadrinhos. Na época, Maurício foi bastante criticado, mas recebeu apoio da base bolsonarista, incluindo a própria Carla Zambelli.

Oficialmente, no sistema da Câmara, além da migração de deputados do União ao PL, há a filiação de quatro parlamentares ao Republicanos. Nos últimos dias chegaram à legenda Nivaldo Albuquerque, que era do PTB; Diego Garcia, oriundo do Podemos; Luís Miranda, do União; e Ricardo Izar, do PP.

Nos próximos dias, as movimentações devem alterar a correlação de forças e afetar outros partidos, inclusive da oposição.

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