Enquanto espera baixar a poeira do vazamento de parte da delação premiada de Ronnie Lessa, a Polícia Federal atua para desvendar por quais razões as investigações sobre os assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes foram tão atrapalhadas por pistas falsas, cascas de banana e tentativas de emplacar bodes expiatórios durante os cinco anos em que estiveram sob a batuta da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Em um estado onde a milícia se infiltra progressivamente no Poder Público, trata-se de uma apuração de grande importância. As evidências da interferência de agentes de segurança de diversas esferas para manter o caso sem solução por todo esse tempo cresceram com a descoberta de que a estrutura paralela de arapongagem organizada na Agência Brasileira de Inteligência durante o governo Bolsonaro foi utilizada para montar dossiês ou coletar documentos sobre ao menos um delegado e uma promotora envolvidos nas investigações. Se a sabotagem parece evidente, agora o Brasil precisa saber quem exatamente a promoveu e por quais motivações.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login