Política

PGR quer levar ao plenário do STF um pedido para arquivar inquérito contra Bolsonaro

O caso se refere à divulgação de uma investigação da Polícia Federal pelo ex-capitão em transmissão nas redes sociais

PGR quer levar ao plenário do STF um pedido para arquivar inquérito contra Bolsonaro
PGR quer levar ao plenário do STF um pedido para arquivar inquérito contra Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes, do STF e do TSE. Foto: Fellipe Sampaio/STF
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A Procuradoria-Geral da República pediu nesta quarta-feira 17 ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que leve a julgamento no plenário um recurso que defende o arquivamento do inquérito sobre o vazamento de dados sigilosos de uma investigação da Polícia Federal pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em duas oportunidades a PGR solicitou o arquivamento da apuração. Na primeira manifestação, em fevereiro, o procurador-geral da República, Augusto Aras, havia argumentado que o inquérito da Polícia Federal “não estava protegido por sigilo, logo, a sua divulgação não constitui crime”. No início de agosto, a vice-procuradora-geral Lindôra Araújo reforçou a demanda e ainda criticou uma ordem de perícia determinada por Moraes.

Em 5 de agosto, Moraes negou o pedido de arquivamento. Na decisão, o ministro argumentou que as solicitações são “impertinentes e intempestivas”. Agora, Lindôra tenta levar a análise ao plenário do STF.

“Ao tempo em que reitera as razões das anteriores manifestações ministeriais quanto ao arquivamento deste inquérito e de seus incidentes procedimentais, e considerando que, na data de 01 de agosto de 2022, já apresentou parecer ministerial sobre o agravo regimental interposto pela AGU em 06 de maio de 2022, requer seja o referido recurso submetido ao órgão colegiado do Pretório Excelso”, diz um trecho da peça da PGR..

O MPF contraria a Polícia Federal. A corporação afirmou que Bolsonaro teve “atuação direta, voluntária e consciente” na prática do crime de violação de sigilo funcional, que é a divulgação de documentos sigilosos aos quais teve acesso em razão de seu cargo, em conjunto com o deputado bolsonarista Filipe Barros (União Brasil-PR).

O caso trata de uma transmissão ao vivo em que o ex-capitão levou a público informações sobre uma invasão hacker ao Tribunal Superior Eleitoral em 2018.

Bolsonaro vazou o inquérito para atacar a credibilidade do sistema eleitoral, embora não houvesse relação entre o ataque hacker e o funcionamento das urnas.

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