PGR é acionada para investigar atuação do filho de Queiroga no Ministério da Saúde

Pré-candidato a deputado federal, 'Queiroguinha' teria prometido verbas públicas da Saúde a municípios da Paraíba

Os prefeitos Lucas Gonçalves Braga, de Marizópolis, Sergio de Levi, de Vista Serrana, o ministro Marcelo Queiroga, Queiroguinha, e o prefeito de São José da Lagoa Tapada, Cláudio Antônio Marques, o Coloral Reprodução/Instagram

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A Procuradoria-Geral da República foi acionada na quarta-feira 8 para investigar supostas irregularidades praticadas pelo filho de Marcelo Queiroga, ministro da Saúde. Conhecido como “Queiroguinha”, o estudante de medicina Antônio Cristóvão Neto, de 23 anos, é pré-candidato a deputado federal pelo Partido Liberal, o PL, da Paraíba.

A representação foi apresentada à PGR pelo líder do PSB na Câmara, Bira do Pindaré (MA), após uma reportagem do jornal O Globo apontar o filho do ministro como mediador dos recursos da pasta.

De acordo com o veículo, prefeitos relataram que o estudante percorreu cidades paraibanas com promessas de aplicação de verbas da Saúde para a compra de aparelhos de raio-X e ambulâncias.

Cristóvão Neto teria levado três prefeitos à sede do Ministério da Saúde, em Brasília, na semana passada, para se reunirem com o ministro. Os chefes das administrações municipais teriam saído do local com 1,25 milhão de reais previstos aos seus redutos.

Um deles era Cláudio Antônio Marques, o Coloral (PSDB), prefeito de São José da Lagoa Tapada, que teria firmado a destinação de 1 milhão de reais para a cidade. Outro era o prefeito de Marizópolis, Lucas Gonçalves Braga (PSDB), que teria garantido 250 mil para o seu fundo municipal de saúde. O terceiro convidado era Sergio de Levi (MDB), prefeito de Vista Serrana.

Ainda segundo o jornal, o ministro da Saúde levou o filho para ao menos cinco eventos da pasta nos últimos três meses, ocasiões em que houve anúncios de liberação de verbas aos municípios da Paraíba.


Na representação à PGR, Bira do Pindaré diz considerar que “a eventual intermediação de recursos públicos, tendo como contrapartida a vantagem indevida de apoio político-eleitoral, é conduta odiosa e recriminada, tanto na legislação comum como na especial”.

O líder do PSB também apresentou à Câmara uma solicitação de convocação do ministro da Saúde à Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, o CTASP.

“Entendemos premente a convocação do ministro da Saúde para esclarecer de que forma o Ministério da Saúde tem atuado para assegurar o cumprimento dos princípios da administração pública, notadamente os princípios da moralidade, da impessoalidade, da legalidade e da eficiência”, argumentou o parlamentar.

Ao Globo, o ministro da Saúde afirmou “respeitar integralmente a lei eleitoral” e disse que “todas as demandas de investimentos passam por rigorosa análise da área técnica responsável”.

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