Política
PF vai investigar motorista que jogou caminhão contra posto da PRF
Inquérito vai apurar possível ato terrorista
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quarta-feira 26 que a Polícia Federal (PF) vai investigar o motorista de um caminhão que bateu intencionalmente em viaturas ao tentar colidir contra a estrutura do posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na rodovia BR-060, no Distrito Federal. Um inquérito sobre a ocorrência já foi aberto.
O fato aconteceu durante a madrugada e, de acordo com a PRF, o motorista, que não teve a identidade revelada, estava alcoolizado e chegou a oferecer suborno em dinheiro vivo aos policiais. O condutor disse, ainda, em vídeo que têm circulado na internet, que jogou o caminhão de propósito por motivações políticas, por ser contra o processo no Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro réu pelos crimes de golpe de Estado e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito.
“Na medida em que uma carreta se joga contra um posto da Polícia Rodoviária Federal, e só não pode atingi-lo porque havia obstáculos na frente, e o autor deste fato disse que praticou um ato terrorista, insurgindo-se contra o julgamento que está sendo realizado no Supremo Tribunal Federal, é um fato que preocupa mesmo as autoridades”, afirmou o ministro em entrevista à imprensa.
“Nós veremos, então, quais foram as reais intenções desse motorista da carreta. Se ele tinha alguma ligação externa, ou se foi um ato praticado, enfim, em um momento de insensatez. Qual foi a motivação disso será apurado em um inquérito policial”, acrescentou o ministro.
De acordo com os policiais que presenciaram a ação, o caminhão trafegava em alta velocidade quando atingiu barreiras plásticas, utilizadas para canalizar o fluxo viário, e ultrapassou o bloqueio policial, avançando pelo acostamento. Ainda segundo o relato da PRF, sem controle, o veículo passou sobre um quebra-molas e colidiu com viaturas da corporação que estavam estacionadas na área externa da unidade.
Ao ser abordado, o motorista declarou que pretendia atingir a estrutura da PRF por motivações políticas. Ele foi submetido ao teste do bafômetro, sendo constatado o índice de 0,95 mg/L (miligramas de álcool por litro de ar), valor quase três vezes superior ao que configura crime de trânsito.
“Como instituição, eu posso garantir à sociedade que nós estamos prontos para atuar, e que nenhuma ameaça vai diminuir a força da Polícia Rodoviária Federal. Os nossos policiais não vão recuar no cumprimento da missão”, afirmou o diretor-geral da PRF, Fernando Oliveira. Segundo ele, até o momento, tudo indica ter sido um caso isolado, mas só a investigação poderá confirmar.
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