A Polícia Federal suspendeu a nova tentativa de tomar depoimento de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF preso preventivamente após os atos golpistas de 8 de janeiro. A oitiva estava prevista para esta segunda-feira 23, mas ainda não foi autorizada pela Justiça, o que motivou a suspensão.
Na primeira tentativa de tomada de depoimento, realizada no dia 18 de janeiro, Torres ficou em silêncio. Na ocasião, a defesa alegou não ter tido acesso aos autos e, por isso, solicitou novo depoimento, ainda não autorizado. Não há até o momento uma nova data para que esta segunda tentativa de ouvir o bolsonarista seja realizada.
Torres, vale lembrar, está preso preventivamente por suspeita de omissão na contenção dos atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília. Na ocasião, ele ocupava o cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, mas estava de férias nos Estados Unidos ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Durante uma operação de busca e apreensão em sua residência, uma minuta de um golpe de estado foi encontrada. Ele nega as acusações e diz que pretendia descartar o documento, que, segundo ele, recebeu de populares.
Antes de ser preso, Torres foi demitido por Ibaneis Rocha (MDB-DF). Pouco depois, o governo federal decretou intervenção na pasta comandada por Torres e nomeou Ricardo Cappelli, secretário-executivo da Justiça, como responsável pelas decisões na pasta.
Neste mesmo período, o governador Ibaneis também foi afastado do cargo por determinação judicial. A então vice-governadora Celina Leão (PP) é quem comanda o estado desde então.
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