PF suspeita de transações no gabinete de Bolsonaro, diz jornal

A desconfiança apresentada pela corporação levou o ministro Alexandre de Moraes a autorizar a quebra do sigilo bancário de Mauro Barbosa Cid

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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A Polícia Federal encontrou movimentações financeiras consideradas suspeitas a partir do telefone do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação é da Folha de S.Paulo.

Segundo o jornal, as suspeitas da PF levaram nas últimas semanas o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a autorizar a quebra do sigilo bancário de Cid, a pedido da corporação.

O objetivo dos investigadores seria descobrir a origem do dinheiro e identificar se há o uso de recursos públicos. A quebra de sigilo se deu no âmbito do inquérito que apura o vazamento, por Bolsonaro, de dados sigilosos ligados a uma investigação sobre um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral.

Conforme a apuração do jornal, integrantes da Ajudância de Ordens da Presidência trocaram, em aplicativos de mensagens, recibos de saques e depósitos. Discutiram, também, o pagamento de boletos.

A PF suspeita, por exemplo, do pagamento de uma fatura de plano de saúde de um parente do casal presidencial. A Folha ainda menciona um pagamento fracionado para uma tia de Michelle Bolsonaro.

Ao veículo, a assessoria de imprensa da Presidência afirmou que “todos os recursos não têm origem no suprimento de fundos [cartão corporativo]” e que “o presidente nunca sacou um só centavo desse cartão corporativo pessoal”.


O tenente-coronel, por sua vez, declarou que o pagamento via saques e depósitos para uma tia de Michelle ocorreu por razões de segurança.

“Cid não fazia transferência de conta a conta. Ele sacava o dinheiro para a conta do presidente não ficar exposta, com o nome dele no extrato de outra pessoa”, declarou ainda a assessoria da Presidência.

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