Política

PF prende acusado de ser operador da Engevix em fraude na Petrobras

O empresário Milton Pascowitch é acusado intermediar contratos fraudulentos entre a Engevix e a Petrobras e utilizar obras de arte para lavar dinheiro oriundo de propina

PF prende acusado de ser operador da Engevix em fraude na Petrobras
PF prende acusado de ser operador da Engevix em fraude na Petrobras
A empreiteira Engevix é suspeita de pagar propina para obter contratos com a Petrobras
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A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quinta-feira 21, em São Paulo, o empresário Milton Pascowitch, acusado de envolvimento em fraudes na Petrobras. A prisão de Pascowitch integra a 13ª fase da Operação Lava Jato, que cumpre mandados para investigar dois operadores financeiros que atuavam em conjunto com contratos firmados por empreiteiras com a Petrobras.

Além da prisão do empresário, a Polícia Federal também apreendeu 60 quadros e duas esculturas na casa de Pascowitch e de seu irmão, José Adolfo Pascowitch. As obras, segundo os agentes, eram usadas para lavar dinheiro oriundo do esquema de corrupção.

“Ele repassava recursos de corrupção para Renato Duque [ex-diretor da Petrobras] por meio do pagamento de obras de arte. Milton Pascowitch está envolvido no esquema de lavagem de dinheiro dessa forma e se vierem novas fases, isso vai ficar evidenciado”, disse o delegado da PF Igor Romário de Paula.

Segundo ele, há contra o Milton Pascowitch – apontado como um dos operadores financeiros da organização criminosa que fraudava contratos entre empreiteiras e a Petrobras – “farta documentação” que comprova o uso de obras de arte como pagamento de propina. 

De acordo com procurador da República Carlos Fernando de Lima, Milton Pascowitch foi citado diversas vezes pelo ex-vice-presidente da empreiteira Engevix Gerson Almada, em delação premiada, como intermediário do pagamento de valores do esquema de corrupção na Petrobras para o Partido dos Trabalhadores e para o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, que cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro. “Nesse sentindo, não temos claro o que Gerson Almada chama de Partido dos Trabalhadores, ou quem eram essas pessoas dentro do partido que recebiam os recursos. Nesse momento, o único vinculo claro é com a empresa [de consultoria] JD [do ex-ministro José Dirceu]”, disse Lima.

O procurador acrescentou que o pedido de prisão preventiva do Pascowitch foi motivado pela “reiteração” das atividades criminosas investigadas mesmo depois do início da Lava Jato. Pascowitch é dono da Jamp Engenheiros Associados Ltda, e considerado um dos 11 operadores do esquema na Diretoria de Serviços da Petrobras, comandada na época por Renato Duque.

Neste momento, Pascowitch está preso preventivamente e aguarda para ser levado à Superintendência da PF em Curitiba, onde estão concentradas as investigações sobre o caso.

Além das obras de arte, também foram aprendidos hoje na 13ª fase da Lava Jato, documentos, carros e mídias em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Henry Hoyer de Carvalho, citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef como um dos operadores do esquema, foi preso hoje porque os agentes da PF localizaram na casa dele, onde era cumprido um dos mandados de busca e apreensão, uma arma de porte restrito sem documentação.

A Polícia Federal cumpriu seis mandados judiciais, sendo quatro de busca e apreensão – um no município mineiro de Itanhandu, um no Rio de Janeiro e dois em São Paulo – um de condução coercitiva, cumprido em São Paulo, e um de prisão preventiva, também na capital paulistana.

A operação apura ainda superfaturamento de contratos da estatal, pagamento de propina a agentes e partidos políticos, além de fraudes em contratos de publicidades de órgãos públicos.

*Com informações da Agência Brasil

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