Política
PF marca o depoimento de Carla Zambelli sobre invasão ao sistema do CNJ
Deputada é suspeita de contratar o hacker Walter Delgatti para inserir um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes no sistema do CNJ
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que foi alvo de busca e apreensão na quarta-feira 2 em um desdobramento da Operação 3FA, comparecerá à Policia Federal na próxima segunda-feira 7, às 14h. Ela deverá prestar depoimento sobre o envolvimento com o hacker Walter Delgatti Neto na invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça e possíveis planos contra a democracia.
Entre os dias 4 e 6 de janeiro deste ano, informações falsas teriam sido inseridas no sistema do CNJ, inclusive um mandado falso de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. O documento era assinado pelo próprio magistrado.
Em nota, a defesa de Zambelli afirma que, “embora a deputada queira ser ouvida e prestar todos os esclarecimentos sobre os fatos relativos à operação deflagrada nesta semana, por expressa orientação da defesa técnica, não responderá às perguntas até que sejam fornecidas cópias de todo o inquérito e das cautelares, para assegurar ampla defesa”.
As ações de busca e apreensão contra a deputada na quarta-feira foram motivadas pela descoberta de pagamentos feitos por assessores de Zambelli a Delgatti. Segundo ela, os valores seriam para arcar com os custos de um serviço no site dela, além das redes sociais. A versão não bate com a fornecida pelo hacker em seu depoimento aos investigadores.
Em depoimento à Polícia, Delgatti revelou que Zambelli o financiava para fazer diversas irregularidades, incluindo a tentativa de invasão das urnas eletrônicas, de celulares dos ministros do STF e os sistemas do TSE e CNJ.
Em coletiva de imprensa na quarta-feira, Zambelli chegou a confirmar parte da menção às urnas eletrônicas, mas atribuiu a Delgatti a oferta do serviço, que classificou como uma “espécie de auditoria das urnas eletrônicas durante o primeiro e o segundo turno”.
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