Política

PF intima Ramagem a depor na reta decisiva de inquérito sobre a trama golpista de 2022

A expectativa é que a corporação conclua a investigação nas próximas semanas

PF intima Ramagem a depor na reta decisiva de inquérito sobre a trama golpista de 2022
PF intima Ramagem a depor na reta decisiva de inquérito sobre a trama golpista de 2022
Bolsonaro ao lado de Alexandre Ramagem, que foi diretor da Abin no período em que o ex-capitão esteve no governo federal e foi indicado por ele para concorrer à prefeitura do Rio de Janeiro - Foto: Mauro Pimentel / AFP
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A Polícia Federal agendou para esta terça-feira 5 o depoimento do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência, no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022. Outras oitivas devem ocorrer nesta semana.

No fim de setembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes fixou um prazo de 60 dias para a PF concluir a apuração. Estão na mira dos investigadores, entre outros, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aliados políticos dele e militares.

A PF deflagrou em fevereiro a Operação Tempus Veritatis, na qual apreendeu o passaporte de Bolsonaro, uma medida cautelar determinada por Moraes.

As diligências fecharam o cerco sobre o ex-capitão, militares de alta patente e ex-ministros na apuração sobre a conspiração para impedir a posse de Lula (PT) após a eleição presidencial de 2022. Os fatos analisados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

Em outra frente, a PF investiga um suposto esquema de monitoramento ilegal por meio da Abin sob a gestão de Ramagem. Descobertas desta apuração, contudo, foram acrescidas ao inquérito sobre a trama golpista de dois anos atrás.

No caso Abin, a PF pediu – e Moraes avalizou – o compartilhamento de provas produzidas em outras três investigações que se converteram em uma dor de cabeça para Bolsonaro: os inquéritos das fake news, dos atos antidemocráticos e das milícias digitais.

Os investigadores apontam uma conexão entre os procedimentos. Segundo a PF, as ações clandestinas da Abin Paralela situam-se, potencialmente, “no nexo causal dos delitos que culminaram na tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito”.

Um parecer da Procuradoria-Geral da República endossa essa tese, sob o argumento de que a estrutura infiltrada na agência seria “apenas uma célula de uma organização criminosa mais ampla, voltada ao ataque de opositores, de instituições e de sistemas republicanos”.

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