Política
PF indicia ministro do Turismo por esquema de laranjas do PSL em MG
Marcelo Álvaro Antônio é suspeito de utilizar candidaturas de mulheres na eleição de 2018 para desvio da verba eleitoral
A Polícia Federal indicou o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL) e outras 10 pessoas num inquérito sobre o uso de candidaturas laranja no partido em Minas Gerais.
Marcelo é suspeito de utilizar candidaturas de mulheres na eleição de 2018 para desvio da verba eleitoral no estado. Ele era o presidente estadual do PSL, partido do presidente da República, Jair Bolsonaro. O partido também será investigado sobre a possibilidade de ter inscrito candidaturas femininas sem a pretensão de que fossem eleitas. O Tribunal Superior Eleitoral decidiu que pelo menos 30% dos recursos do fundo eleitoral devem ser destinados a candidaturas femininas.
Pessoas ligadas ao ministro chegaram a ser presas para apurar irregularidades, como desvio de dinheiro do fundo eleitoral. A sede do partido em Belo Horizonte também foi alvo de operação para apurar irregularidades.
Uma das possíveis candidaturas laranja seria a de uma das filiadas ao PSL, Zuleide Oliveira. Ela acusa Antônio de tê-la chamada para se candidatar apenas com o fim de devolver verbas ao partido, desviando dinheiro de campanha. Ela declarou que recebeu uma proposta de um assessor do ministro, então presidente do PSL em Minas, para devolver R$ 45 mil dos R$ 60 mil que receberia para a campanha. O ministro nega a acusação.
A ex-candidata a deputada federal Adriana Moreira Borges disse ao Ministério Público Eleitoral que também recebeu uma proposta de um assessor de Álvaro Antônio para repassar R$ 90 mil dos R$ 100 mil que receberia para fazer a campanha em 2018.
Também há investigações em curso de suspeitos de desvia de verba de verba eleitoral em eleições passadas. Uma delas, inclusive, levou à exoneração de Gustavo Bebbiano do cargo de secretário-geral do Presidente da República. As suspeitas surgiram em Pernambuco, onde a candidata a deputada federal pelo PSL Lourdes Paixão recebeu R$ 400 mil de verba pública eleitoral, mais do que o repassado para a campanha de Bolsonaro, e obteve 274 votos nas eleições de 2018.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.