Política
PF indicia deputado Zé Trovão e cantor Sérgio Reis por atos antidemocráticos
Bolsonaristas ameaçaram ministros do STF e pediram o fechamento de estradas


A Polícia Federal (PF) indiciou, o deputado federal Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão (PL), e o cantor Sérgio Reis pela organização dos atos antidemocráticos no 7 de setembro de 2021. Outras onze pessoas também foram indiciadas pela corporação no mesmo caso.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou o evento em comemoração do bicentenário da Independência do Brasil como palanque político. Na ocasião, o ex-capitão ameaçou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e instigou seus apoiadores contra as instituições democráticas do País.
Em razão da usurpação da cerimônia para fins políticos, Bolsonaro foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a inelegibilidade por 8 anos.
Na esteira das ameaças feitas por Bolsonaro, diversos apoiadores, entre eles os 13 indiciados, iniciaram discursos pelo fechamento de estradas e pelo impeachment de ministros do STF.
Zé Trovão, Sérgio Reis e outros bolsonaristas respondem pelos delitos de incitação do crime, associação criminosa e de tentar impedir o livre exercício dos Três Poderes. Se condenados, as penas somadas podem chegar a mais de 9 anos de prisão.
Os inquéritos sobre ações antidemocráticas no 7 de setembro de 2021 foram abertos ainda naquele ano, a pedido da Procuradoria-Geral da República.
Na ocasião, Zé Trovão chegou a ficar mais de um mês foragido da polícia. No ano seguinte, ele foi eleito para a Câmara dos Deputados, mas continua sendo monitorado com tornozeleira eletrônica.
A Polícia Federal concluiu que os investigados atuavam em uma rede articulada para realizar ataque contra as instituições democráticas do País.
O relatório da investigação foi encaminhado para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que deverá decidir se apresentará denúncia contra os acusados.
Caso entenda não haver elementos suficientes para fazer uma acusação formal contra os bolsonaristas, o PGR poderá pedir novas diligência ou arquivar o inquérito.
Além do cantor e do deputado, ainda foram indiciados o ex-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), Antônio Galvanostegias, e o jornalista Oswaldo Eustáquio.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Ministro do TSE reverte uma condenação sobre o 7 de Setembro, mas Bolsonaro segue inelegível; entenda
Por CartaCapital
Além de Bolsonaro: confira quem a PF indiciou no caso das joias
Por CartaCapital
Indiciamento de Bolsonaro é ‘mais um passo na busca da verdade’, diz Gleisi; veja reações
Por CartaCapital
Bolsonaro indiciado: relembre como funcionou o esquema das joias, segundo a PF
Por CartaCapital
Lenio Streck: No indiciamento de Bolsonaro pela PF, só o que surpreende é a demora
Por CartaCapital