Política

PF identifica empresários que teriam repassado 28 milhões a Aécio

Polícia solicita mais 60 dias para investigar o tucano em inquérito que busca esclarecer repasses de até 50 milhões

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Investigadores da Polícia Federal afirmam ter localizado empresários que alugaram uma sala comercial no Rio de Janeiro, local onde teriam sido entregues 28,2 milhões de reais em espécie ao deputado mineiro Aécio Neves (PSDB).

Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, a PF teria solicitado mais 60 dias para continuar a investigar o tucano, em inquérito que busca esclarecer supostos repasses de até 50 milhões de reais das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez. O valor seria oriundo de contratos destinados para as usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia.

Delatores da Odebrecht relatam no inquérito que Aécio defendia os interesses da empreiteira no controle das duas usinas do Rio Madeira e que os repasses eram acertados com o ex-diretor de Furnas, Dias Toledo. O valor tinha como destino final a campanha eleitoral de 2010 do ex-senador.

Alexandre Accioly, empresário próximo ao deputado, seria o controlador de uma conta em Cingapura onde teriam sido feitos a maior parte dos depósitos. Accioly nega, nos autos do inquérito, ser o intermediário do deputado.

Codinome de Aécio nas planilhas das empreiteiras era ‘Mineirinho’

Enio Augusto Pereira e Silva, um dos delatores da empreiteira baiana, relatou à Polícia Federal em dezembro de 2018 que o codinome do tucano nas planilhas das empreiteiras seria ‘Mineirinho’. A polícia, então, realizou perícias no sistemas de contabilidade paralela da Odebrecht e encontrou dados relacionados a entregas ao codinome.

Foram 20 repasses que, somados, totalizam 28,2 milhões de reais que foram entregues ao intermediário ‘Antônio’ na rua Visconde de Pirajá, no bairro de Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro. O dinheiro teria sido entregue entre junho de 2009 e dezembro de 2010, época em que o deputado era governador de Minas Gerais.

A investigação apurou também que no local dos repasses estava a sede da SOA & W Serviços de Digitação Ltda. O dono desta empresa, José Antonio Estevão Soares, faleceu em 2012. A PF especula que ele “possivelmente era a pessoa conhecida como Antônio”, que consta nos arquivos da empreiteira.

O pedido de prorrogação de investigação se dá na crença, por parte da Polícia Federal, da necessidade de ouvir Walter Mesquita (que foi sócio de José Antonio) e Eduardo Luiz Alvarenga Lima (responsável pelo telefone de contato registrado em nome de ‘Antonio’), além de outras testemunhas e delatores.

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