Política

Personagens do ‘mensalão’: Valdemar Costa Neto, o mão-de-ferro do PL

Presidente do extinto partido teria recebido 8,8 milhões de reais por apoio ao governo no Congresso

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Em 2005, o deputado federal Valdemar Costa Neto comandava com mão-de-ferro o extinto PL, partido do vice-presidente José Alencar. Tudo no partido passava por suas mãos. Inclusive a adesão ao suposto pagamento em troca de apoio ao primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, cunhado de “mensalão”. Por isso, ele é um dos 38 réus do julgamento do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Deputado federal desde 1991 (com mandato vigente até 2015), Neto, de 63 anos, é apontado pela denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) como um dos receptores do suposto esquema, que teria incluído membros do PP, PL, PMDB e PTB. Para a PGR, entre 2003 e 2004, o deputado recebeu 8,8 milhões de reais para votar a favor de matérias do interesse do governo, cooptado pelo ex-ministro José Dirceu. O dinheiro teria sido recebidovia dois sistemas: pela empresa Guaranhuns Empreendimentos e pelo esquema de lavagem de dinheiro do Banco Rural. Do valor total, pouco mais de 6 milhões de reais foram recebidos pela Guaranhuns, 1,35 milhão por meio de intermediários e 1,5 milhão diretamente.

Devido ao escândalo provocado pelo suposto esquema, o mogicruzense renunciou ao mandato em 2005 para não ser cassado. Mas alega não haver indicação de como teria agido em troca da suposta vantagem financeira indevida e que o PL era o partido do Vice-Presidente, por isso, naturalmente votaria a favor das proposições do governo.

Ex-filiado do Arena, e dos extintos PDS e PL, o atual secretário-geral do PR nega a existência do mensalão. Segundo sua defesa, os recursos recebidos por ele faziam parte de um acordo político da coligação PT-PL para as eleições de 2002. O dinheiro seria pago pelo PT nos termos impostos pelo ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, que o teria orientado a realizar um empréstimo para pagar as despesas de campanha do partido. Neto teria então recorrido ao corréu-colaborador Lúcio Funaro, responsável pela empresa Guaranhuns. Os valores recebidos pelo deputado teriam ficado na empresa por destinaram-se a quitar a dívida de Neto contraída nas eleições. A defesa diz estar convicta de que as acusações serão julgadas improcedentes.

Apesar de não ser o presidente do PR, Costa possui grande influência no partido. O mesmo ocorreria no Ministério dos Transportes, onde o deputado – que oficialmente não ocupa cargos na pasta – teria realizado reuniões de interesse do partido. A pasta esteve envolvida em um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina de empreiteiras e consultorias em 2011. O fato resultou na queda do ministro Alfredo Nascimento e de grande parte da cúpula do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A pasta cobrava pela liberação de obras pelo Dnit uma taxa de 2% a 5% sobre o valor do contrato.

Na crise do Ministério, o Boy, como era chamado na pasta, era apontado como articulador e padrinho de cargos e empresas.

Em 2005, o deputado federal Valdemar Costa Neto comandava com mão-de-ferro o extinto PL, partido do vice-presidente José Alencar. Tudo no partido passava por suas mãos. Inclusive a adesão ao suposto pagamento em troca de apoio ao primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, cunhado de “mensalão”. Por isso, ele é um dos 38 réus do julgamento do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Deputado federal desde 1991 (com mandato vigente até 2015), Neto, de 63 anos, é apontado pela denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) como um dos receptores do suposto esquema, que teria incluído membros do PP, PL, PMDB e PTB. Para a PGR, entre 2003 e 2004, o deputado recebeu 8,8 milhões de reais para votar a favor de matérias do interesse do governo, cooptado pelo ex-ministro José Dirceu. O dinheiro teria sido recebidovia dois sistemas: pela empresa Guaranhuns Empreendimentos e pelo esquema de lavagem de dinheiro do Banco Rural. Do valor total, pouco mais de 6 milhões de reais foram recebidos pela Guaranhuns, 1,35 milhão por meio de intermediários e 1,5 milhão diretamente.

Devido ao escândalo provocado pelo suposto esquema, o mogicruzense renunciou ao mandato em 2005 para não ser cassado. Mas alega não haver indicação de como teria agido em troca da suposta vantagem financeira indevida e que o PL era o partido do Vice-Presidente, por isso, naturalmente votaria a favor das proposições do governo.

Ex-filiado do Arena, e dos extintos PDS e PL, o atual secretário-geral do PR nega a existência do mensalão. Segundo sua defesa, os recursos recebidos por ele faziam parte de um acordo político da coligação PT-PL para as eleições de 2002. O dinheiro seria pago pelo PT nos termos impostos pelo ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, que o teria orientado a realizar um empréstimo para pagar as despesas de campanha do partido. Neto teria então recorrido ao corréu-colaborador Lúcio Funaro, responsável pela empresa Guaranhuns. Os valores recebidos pelo deputado teriam ficado na empresa por destinaram-se a quitar a dívida de Neto contraída nas eleições. A defesa diz estar convicta de que as acusações serão julgadas improcedentes.

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