Política

Perfil do Ministério da Defesa deixa de exibir publicação que levava para canal do Telegram com mensagem golpista

A postagem no X oficial da pasta foi feita em 2022, ainda sob o governo de Jair Bolsonaro, dias após as eleições

Perfil do Ministério da Defesa deixa de exibir publicação que levava para canal do Telegram com mensagem golpista
Perfil do Ministério da Defesa deixa de exibir publicação que levava para canal do Telegram com mensagem golpista
O clã Bolsonaro na posse de Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira como ministro da Defesa. Foto: Alan Santos/PR
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A página oficial do Ministério da Defesa no X (antigo Twitter) deixou de exibir nesta terça-feira 11 uma mensagem publicada ainda durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) que tinha um link para um canal no aplicativo de mensagens Telegram com um pedido de golpe de Estado.

A mensagem, que ficou no ar por dois anos e quatro meses, tinha sido publicada em 7 de novembro de 2022, pouco mais de duas semanas após o segundo turno das eleições presidenciais, e dizia: “#NotaOficial | Defesa informa sobre o relatório do trabalho de fiscalização do sistema eletrônico de votação. Confira nota na íntegra”.

O link para a tal “nota”, porém, direcionava para um canal do Telegram nomeado “Ministério da defesa” (com a letra ‘d’ minúscula – fora do padrão usado formalmente). O canal tinha uma única mensagem publicada, e dizia: “Dê o golpe jair”, ao lado de uma bandeirinha do Brasil. 

O Ministério da Defesa, naquela ocasião, era comandado pelo general Paulo Sergio Nogueira de Oliveira. Ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da União por participação ativa na tentativa de golpe de Estado. A denúncia está nas mãos do Supremo Tribunal Federal.

O caso envolvendo a rede social oficial da Defesa veio à tona no último domingo 9, após reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. Quando o texto foi publicado pelo Estadão, o grupo tinha 289 inscritos. O Ministério não soube informar à reportagem se o episódio foi fruto de invasão de hackers ou se teve envolvimento de algum servidor da pasta.

A publicação na página oficial da Defesa no X ficou no ar pelo menos até a última segunda-feira 10, conforme constatou a CNN Brasil. Entretanto, no início da tarde desta terça-feira 11, a postagem não estava mais disponível.

O grupo tinha uma única mensagem: um pedido de golpe – Imagem: Reprodução/CNN Brasil

Em nota, o Ministério da Defesa informou que solicitou ao Telegram, ainda na segunda, a exclusão do canal que utilizava o nome da pasta indevidamente.

“A Assessoria Especial de Comunicação Social do Ministério da Defesa tomou conhecimento do uso indevido do canal por meio da reportagem [do Estadão] e esclarece que mantém uma conta oficial e verificada na plataforma Telegram, que pode ser acessada pelo link: https://t.me/s/MinisteriodaDefesaOficial”, complementa o texto divulgado.

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