A China chamou nesta sexta-feira 20 de “imorais” as declarações de Eduardo Bolsonaro, que acusou Pequim de esconder informações sobre a pandemia de covid-19, abrindo uma crise diplomática com o gigante asiático.
“Uma ditadura preferiu esconder algo grave a expor tendo desgaste, mas que salvaria inúmeras vidas. A culpa é da China e liberdade seria a solução”, escreveu na quarta-feira no Twitter o filho do presidente Jair Bolsonaro.
Quem assistiu Chernobyl vai entender o q ocorreu.Substitua a usina nuclear pelo coronavírus e a ditadura soviética pela chinesa
+1 vez uma ditadura preferiu esconder algo grave a expor tendo desgaste,mas q salvaria inúmeras vidas
A culpa é da China e liberdade seria a solução https://t.co/h3jyGlPymv
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) March 18, 2020
Em sua mensagem, ele traçou um paralelo com “a ditadura soviética”, que inicialmente ocultou a escala do desastre nuclear de Chernobyl em 1986.
Procurado para reagir, um porta-voz da diplomacia chinesa, Geng Shuang, denunciou os comentários “imorais e irresponsáveis”.
“Desde o início da epidemia, a China adotou as medidas de prevenção e de controle mais rigorosas, abrangentes e mais completas de maneira aberta, transparente e responsável”, afirmou Geng.
Na quinta-feira 19, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, exigiu que Eduardo Bolsonaro “se desculpasse com o povo chinês”.
Ele também retuitou uma mensagem de um internauta que descreveu a família Bolsonaro como o “grande veneno do Brasil”, de acordo com uma captura de tela feita pela imprensa brasileira, antes que a mensagem pouco diplomática fosse apagada.
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, se distanciou de Eduardo Bolsonaro, explicando que as declarações do deputado de 35 anos “não refletiam a posição do Brasil”.
A China é o primeiro parceiro comercial do Brasil, que exporta para o gigante asiático matérias-primas, em especial minério de ferro, carne e soja.
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