O ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, classificou o governo de Nicolás Maduro, da Venezuela, como uma ditadura. A afirmação foi feita pelo político no encontro do seu partido Frente Ampla, que aconteceu neste final de semana, em Montevidéu.
“É uma ditadura, sim. E, na situação, não há nada além de ditadura. Mas a ditadura é na Arábia Saudita, com um rei absoluto. A ditadura é na Malásia, eles matam 25 tipos por dia. E a República Popular da China, o que eles me dizem?”, disse Mujica para o jornal argentino Clarín.
Essa foi a primeira vez que Mujica classificou Maduro como um ditador. Suas declarações foram acompanhadas pelo candidato presidencial da Frente Ampla, Daniel Martínez, que expressou no Twitter que “para a esquerda, a questão dos direitos humanos deve sempre ser um imperativo ético”.
Si, compañero Danilo, para la izquierda el tema de los derechos humanos debe ser siempre un imperativo ético.
El informe Bachelet es lapidario respecto a Venezuela y se trata de una dictadura. Hay que seguir trabajando en una salida negociada y que el centro sean los venezolanos.
— Ing. Daniel Martínez (@Dmartinez_uy) 28 de julho de 2019
Mujica e Martínez se distanciam do atual presidente Tabaré Vázquez, que até agora se recusou a qualificar a Venezuela como ditadura. Ambos apoiam seus discursos no relatório, divulgado no início de julho pela ONU, sobre o abuso dos direitos humanos pelo governo de Maduro.
Segundo o relatório, as forças de segurança venezuelana prenderam e espancaram jovens e, em seguida, dissimularam uma forma de resistência. O relatório também denuncia uma gradual militarização das instituições do estado durante a última década e atribui às forças civis e militares a responsabilidade em detenções arbitrárias, maus-tratos e tortura de críticos do governo e suas famílias.
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