Política

Paulo Preto e irmão de Richa recolocam os tucanos na crônica policial

O dito operador do PSDB paulista cumprirá detenção em casa por ordem do STF. O parente do ex-governador paranaense foi preso em nova fase da Lava Jato

O entorno de Richa desmorona. Paulo Preto assombra os tucanos desde 2010
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Por 3 votos a 2, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal refez em parte uma decisão do ministro Gimar Mendes. Os colegas mantiveram Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, fora da cadeia, mas determinaram a prisão domiciliar e o uso de tornozeleira eletrônica.

O ex-diretor da Dersa é suspeito de desviar recursos de obras viárias em São Paulo durante os governos do PSDB e de operar um esquema de caixa 2 para integrantes do partido. Paulo Preto assombra o tucanato de São Paulo desde as eleições presidenciais de 2010, quando se tornou uma pedra no sapato de José Serra, que perderia a disputa para Dilma Rousseff.

Sua prisão havia sido revogado por um habeas corpus de Mendes em maio. Para o ministro, não ficara comprovado que Paulo Preto havia coagido testemunhas, conforme sustentara o Ministério Público.

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Não só o PSDB paulista voltou à berlinda. Nesta quarta-feira 26, em nova fase da Operação Lava Jato, Pepe Richa, irmão do ex-governador do Paraná e candidato ao Senado Beto Richa, foi preso pela Polícia Federal. Há ainda um mandato de prisão de Luiz Abi Antoun, primo do tucano, que está fora do País, em viagem ao Líbano. Apelidada de “Integração 2”, a operação busca aprofundar a investigação de um esquema de propina nas concessões de rodovias do estado.

Segundo o Ministério Público Federal, Beto Richa seria um dos beneficiários do esquema, embora não seja alvo dessa fase da Lava Jato. Seu irmão Pepe, ex-secretário de Infraestrutura, teria usado, de acordo com o MP, 500 mil reais ilícitos para adquirir um terreno em Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina.

“A utilização de dinheiro em espécie para pagar por imóveis que são registrados por um valor inferior ao negociado configura uma forma clássica de lavagem de dinheiro”, afirma o procurador Diogo Castor de Mattos.

As seis concessionárias de rodovias que atuam no Paraná (Econorte, Ecovia, Ecocataratas, Rodonorte, Viapar e Caminhos do Paraná) são acusadas de pagar 120 mil reais por mês em propina O dinheiro era repassado a funcionários do Departamento Estadual de Rodagens e funcionaria desde 1999.

Beto Richa havia sido preso no começo do mês, em decorrência de outra investigação, esta conduzida pelo Ministério Público paranaense e que investiga atos de corrupção em um programa de renovação de estradas rurais. Na ocasião, Pepe e a mulher do ex-governador, Fernanda, também foram detidos. O trio acabou liberado  por um habeas corpus de Mendes. Beto não corre risco de ser preso antes do fim das eleições, pois a lei proíbe a detenção de candidatos neste período.

A nova fase da Lava Jato no Paraná cumpriu três mandados de prisão preventiva, 16 de temporária e 73 de busca e apreensão.

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